07/Jun/2024
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de incêndio no Pantanal cresceu quase 900% nos primeiros cinco meses do ano, ante o mesmo período de 2023. Já foram 899 queimadas, ante 90 registros entre janeiro e maio do ano passado. Os dados consideram territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Especialistas temem que se repita o cenário de 2020, quando ao menos 26% do bioma (área equivalente a 4 milhões de hectares) foi devastado por grandes queimadas. O número ainda é inferior ao dos cinco primeiros meses daquele ano (2.128). A região está em alerta desde o fim do ano passado, pelo baixo volume de chuvas.
Além disso, a previsão é de temperatura acima do normal na região, o que agrava o risco. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse trabalhar com a possibilidade de “recursos extraordinários” para contratar brigadistas, mas não detalhou o plano para conter o avanço das chamas. No ano passado, a gestão Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de críticas por patinar no combate às queimadas na Amazônia. Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu 90 dias de prazo à União para apresentar um plano de prevenção e combate a incêndios no Pantanal e na Amazônia, com definição de metas, monitoramento e estatísticas.
Na quarta-feira (05/06), o governo federal assinou um pacto com Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas e Pará que prevê planejamento e ações colaborativas integradas de prevenção e combate aos incêndios nos dois biomas. Sobre a onda atual de queimadas, os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul afirmam ter contratado equipes extras e locado aviões para ajudar na força-tarefa. Ainda na quarta-feira (05/06), em Mato Grosso do Sul, bombeiros e brigadistas entraram no quarto dia de combate a um incêndio que irrompeu no fim de semana na região do Canal do Tamengo, à margem do Rio Paraguai, em Corumbá. Conforme os militares, as chamas já consumiram 2,3 mil hectares de vegetação.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, que desde 1994 opera um sistema de alerta hidrológico no Rio Paraguai, o principal curso d’água pantaneiro, no período chuvoso de 2023/24 tem sido registrado déficit de 300 milímetros de precipitação no bioma. Isso indica que houve apenas 60% das chuvas esperadas para o período, que se iniciou em outubro de 2023. Tal condição tem potencial de provocar estiagem bastante severa este ano, tendo o segundo semestre de 2024 como seu período mais intenso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.