11/Jun/2024
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), São Paulo e sua região metropolitana estão entre as áreas mais críticas do Brasil para desastres climáticos. A faixa leste, que inclui a região metropolitana, o litoral e o ABC, é a mais suscetível no Estado a inundações e deslizamentos de terra, consequências das intensas chuvas recorrentes em São Paulo, principalmente pela alta proporção de pessoas morando em áreas de risco. Prefeitura e Estado têm projetos de dois piscinões para amenizar a questão. Em São Paulo, o verão é tradicionalmente chuvoso, mas um levantamento mostra que as precipitações na capital têm ficado cada vez mais concentradas em poucos dias. O estudo usou dados da estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte. A conclusão é de que a quantidade de vezes em que choveu mais de 80 milímetros em um único dia, volume considerado limiar para deslizamentos, quadruplicou ao longo dos últimos 60 anos.
Já se observa os efeitos das mudanças climáticas. O número de desastres nos últimos anos realmente assusta. Embora na capital não haja uma geografia que permita alagamento tão extenso quanto em Porto Alegre (RS) ou tenha caído tanta água em tão pouco tempo quanto em São Sebastião (SP), na tragédia mais recente no Estado, chuvas seguidas de transtornos já fazem parte da realidade. Um temporal recorde, de 114 mm, o maior em 37 anos, fez transbordar os Rios Tietê e Pinheiros em fevereiro de 2020, pouco antes da pandemia, interditando as Marginais e deixando paulistanos ilhados. É um prenúncio de um problema que pode se agravar. Segundo a Universidade Federal do ABC (UFABC), os rios urbanos historicamente foram tratados como canais de drenagem de águas poluídas, tamponados, sem a preservação de vegetação nas margens nem o reconhecimento de sua importância como espaço público e de qualificação ambiental.
Segundo levantamento feito em 2022 com bases de dados oficiais, a Grande São Paulo tem mais de 132 mil imóveis em áreas de risco alto e muito alto em desastres climáticos. Com os efeitos do fenômeno La Niña, que devem começar a ser sentidos nas próximas semanas, porém, o prognóstico para a cidade no próximo ano é de redução das chuvas. Mas, isso não quer dizer que São Paulo estará livre de temporais nesse período; eles ainda podem afetar sobretudo os pontos crônicos de alagamento e as encostas da capital. O alerta deve estar aceso também para os efeitos do tempo seco à saúde e ao abastecimento de água. As chuvas muito irregulares têm feito com que se alternem períodos em que há uma situação boa e outros em nível muito baixo dos reservatórios.
Além de obras de engenharia, seria interessante adotar o “IPTU verde”, um desconto no Imposto Predial Territorial Urbano para imóveis que adotem soluções ambientais que aumentem a absorção da água e ajudem a aliviar o sistema de drenagem. É necessário integrar políticas de saneamento (especialmente a drenagem), habitação e urbanização de favelas, parques e áreas verdes, e repensar as concepções de projeto e de infraestrutura. A Prefeitura diz que oito piscinões estão em obras na cidade e outros três em fase de licitação. Afirma também que a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras aplicou mais de R$ 1,2 bilhão em obras de drenagem em 2023. O Estado destacou fazer medidas complementares às municipais para reforçar o sistema de drenagem urbana, além de implantar cinco piscinões, entre eles o Jaboticabal, desenvolvido com base nos novos padrões de precipitações na região para minimizar enchentes em São Bernardo e São Caetano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.