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12/Jun/2024

Ministério da Fazenda vai sugerir corte de gastos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um cardápio com medidas para desindexar os gastos do Orçamento federal. Entre elas, há a ideia de estabelecer o teto de 2,5% acima da inflação para as despesas hoje vinculadas ao salário-mínimo, como os benefícios previdenciários, e para os pisos da Saúde e Educação, atrelados à arrecadação do governo. Por esse modelo, esses gastos ficariam sujeitos ao mesmo limite do atual arcabouço fiscal, corrigindo a distorção de se ter rubricas obrigatórias com crescimento acelerado, que acabam comprimindo gastos para investimentos e para o custeio da máquina pública. Essa solução já havia sido apresentada por Haddad em encontro com investidores na semana passada. O que azedou o clima com o mercado, no entanto, foi a certeza de que a decisão não cabe a Haddad e ainda precisará do aval de Lula.

Como o ministro disse que é o presidente quem decide, e as declarações de Lula no campo econômico têm seguido na mão contrária às da equipe econômica, a percepção de risco aumentou muito desde o final da semana passada. O dólar chegou a bater, na segunda-feira (10/06), em R$ 5,38 na abertura dos negócios, abaixo apenas das cotações da virada de governo, de R$ 5,48, em 5 de janeiro de 2023. No fechamento, ficou em R$ 5,35, ainda assim uma alta de 0,6% no dia, levando o acumulado no mês para 2,02% e no ano, para 10,37%. Além da questão fiscal no País, a cotação refletiu a expectativa do mercado com a reunião desta terça-feira (11/06) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve manter os juros congelados. Com o dólar mais forte, a pressão sobre a inflação tende a aumentar, o que diminuirá a margem de manobra do Banco Central para dar continuidade ao corte da Selic.

Nesse sentido, a disparada do dólar acaba sendo uma aliada de Haddad no esforço de convencimento do presidente. Lula está sob influência do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que não veem urgência no ajuste fiscal. Até aqui, Haddad tem conseguido ganhar as principais disputas no campo econômico, como a reoneração dos combustíveis, a manutenção da meta de inflação de 3% e o pagamento de dividendos extraordinários por parte da Petrobras. O problema é que essas vitórias têm acontecido sempre no “varejo”, e não no “atacado”. Ou seja, ele precisa atuar fortemente nos bastidores para conseguir cada uma das vitórias, e não tem carta branca de Lula para adotar as medidas que achar necessárias. Fonte: Broadcast Agro.