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14/Jun/2024

EUA quer interromper negócios entre China e Rússia

Os Estados Unidos anunciaram, na quarta-feira (12/06), uma série de novas sanções financeiras destinadas a interromper negociações entre China e Rússia, que estão por trás de um amplo esforço para reconstruir e modernizar o Exército russo durante sua guerra com a Ucrânia. Líderes do G7, incluindo o presidente norte-americano, Joe Biden, se reúnem a partir desta quinta-feira (13/06), na Itália para uma cúpula na qual as principais prioridades serão aumentar o apoio à Ucrânia e enfraquecer a máquina de guerra da Rússia. A presidência francesa anunciou que os líderes chegaram a um acordo para a liberação de US$ 50 bilhões (R$ 269 bilhões) para a Ucrânia, utilizando ativos russos congelados, que seriam liberados até o fim do ano.

O esforço para degradar a economia russa tem se tornado cada vez mais complicado, depois que a China, que anteriormente se manteve em grande parte à margem, intensificou suas remessas de microchips, sistemas ópticos para drones e componentes para armamentos avançados. Até então, a China parecia evitar envio de armas para a Rússia a pedido de Biden. No ‘coração’ das novas medidas está uma expansão das “sanções secundárias” que dão aos Estados Unidos o poder de colocar em sua lista bancos ao redor do mundo que façam negócios com instituições financeiras russas já sob sanções. O Departamento do Tesouro também impôs restrições à bolsa de valores de Moscou na esperança de impedir que investidores estrangeiros sustentem empresas de defesa russas.

As sanções atingem várias empresas chinesas acusadas de ajudar a Rússia a ter acesso a equipamentos militares críticos como eletrônicos, lasers e componentes de drones. O governo norte-americano até agora evitou impor sanções diretas a bancos chineses ou europeus que acredita estarem ajudando a Rússia. As novas medidas não impedem os bancos de facilitar transações relacionadas às exportações de energia da Rússia, que o governo norte-americano permitiu continuar devido à preocupação de que restringi-las poderia alimentar a inflação em um ano eleitoral. Apesar do enfraquecimento do rublo, a economia russa tem avançado em razão da força do crescimento relacionado à guerra. Muito disso se deve ao esforço da China, que tem comprado petróleo russo com desconto.

A China também intensificou sua venda de bens de uso duplo, especialmente os microeletrônicos e softwares necessários para fabricar sistemas de armas, drones e defesas aéreas. O resultado foi o surgimento de uma economia de guerra paralela envolvendo Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. Os Estados Unidos já impuseram sanções a mais de 100 entidades chinesas que vêm ajudando a Rússia, mas até agora elas fizeram pouco para dissuadir o governo chinês. Para os Estados Unidos, desta vez, as sanções podem cortar o que se tornou uma relação comercial aprofundada. Os Estados Unidos esperam estimular governos europeus e aliados asiáticos a tomar medidas semelhantes. Enquanto os Estados Unidos tentam aumentar o isolamento da Rússia, o governo russo buscou fazer uma demonstração de força na vizinhança norte-americana.

Uma frota de navios de guerra russos chegou na quarta-feira (12/06) às águas cubanas antes de exercícios militares planejados no Caribe. A frota, composta por uma fragata, um submarino nuclear, um petroleiro e um rebocador de resgate, cruzou a Baía de Havana após exercícios no Atlântico. Os Estados Unidos esperam que os navios russos permaneçam na região pelos próximos quatro meses e possivelmente também parem na Venezuela. Os três aliados e seus navios de guerra e aeronaves têm feito incursões periódicas no Caribe. Embora a frota inclua submarino movido a energia nuclear, há consenso na comunidade de inteligência de que nenhuma embarcação carrega armas nucleares.

As novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia resultaram na suspensão imediata do comércio de dólares e euros na principal bolsa do país, a Bolsa de Moscou (MOEX). A medida afeta bancos, empresas e investidores, que agora terão que negociar essas moedas no mercado de balcão. A decisão do banco central russo e da bolsa veio logo após o anúncio das sanções, que visam cortar o fluxo de dinheiro para apoiar a guerra entre Rússia e Ucrânia. O yuan chinês se tornou a moeda mais negociada na MOEX, refletindo os esforços do governo russo em estreitar laços com a China. Fontes: Broadcast Agro e CNN. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.