18/Jun/2024
Esta segunda-feira (17/06) foi repleta de reuniões para tratar de um dos pontos mais caros ao mercado financeiro: o de cortes de gastos governamentais. Há uma lista que é tida como o ponto de partida para as discussões. O mais provável é que medidas que estejam fora do radar também surjam, já que técnicos da equipe econômica têm se debruçado sobre alternativas desde o início do atual mandato, mas alguns itens foram levados para apreciação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as medidas que os ministérios da Fazenda e do Planejamento já prepararam está a relacionada com a redução dos pisos constitucionais para Saúde e Educação. É difícil analisar se há espaço político para uma saída desse tipo e as duas áreas são muito caras ao presidente, além de terem um impacto sobre a popularidade do governo, que anda em baixa.
No sábado (15/06), o presidente Lula ressalvou que não vai fazer ajuste em cima de pessoas com menos recursos e nem piorar as áreas de Saúde e Educação. Outro caminho a ser analisado é o dos gastos tributários, que tem relação direta com o entrave com o Congresso em relação à devolução da Medida Provisória da reoneração da folha de pagamentos de 17 setores produtivos e municípios. Para o governo, a alternativa que tratava créditos de PIS e Cofins ainda é a melhor saída para o caso, mas parlamentares têm buscado apresentar sugestões à equipe econômica. Há, porém, a avaliação de que está difícil encontrar espaço para emplacar essa medida. Outras revisões tributárias serão indicadas. Uma vertente delicada está ligada à Previdência Social.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, voltou a defender esses pontos nos últimos dias, defendendo mudanças principalmente na área militar e de desvinculação de reajustes (fora aposentadoria) ao salário-mínimo. Esta ferramenta é vista como uma fonte de pressão muito grande sobre os gastos, principalmente por causa do funcionalismo público. E ocorre em um momento em que os servidores estão começando a conseguir reajustes depois de anos sem aumentos de salários. De qualquer forma, as conversas ainda visam a cortes de gastos no "varejo", com medidas pontuais. A ideia de uma revisão das despesas de grande porte, no "atacado", deve ocorrer apenas a partir do ano que vem, se acentuando nos dois últimos anos do Lula 3. Simone Tebet ressaltou estar com as opções prontas para tomar uma decisão muitas vezes difícil, mas que deve ser tomada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.