27/Jun/2024
As equipes técnicas do governo seguem nos cálculos derradeiros para a finalização do Plano Safra 2024/2025. A expectativa é de que o aumento de recursos disponíveis seja de até 10. A expansão do volume é limitada tanto pela restrição do orçamento para subvenção quanto pelo aumento do direcionamento de fontes obrigatórias ao crédito rural. Se chancelado o aumento de 10% e baseado nos R$ 435,8 bilhões ofertados na temporada passada, o volume chegaria próximo a R$ 480 bilhões para o financiamento de pequenos, médios e grandes produtores. Até então, as sinalizações do governo apontavam para liberação de recursos pouco acima de R$ 500 bilhões.
Na terça-feira (25/06), circulou nos bastidores que o Executivo buscaria uma cifra de até R$ 600 bilhões, após o desejo expresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lançar um Plano Safra com R$ 630 bilhões. Entretanto, a avaliação técnica é de que há limitação das fontes de recursos e que não haveria demanda para um aporte maior. Técnicos citam ainda que o provável aumento de até 10% dos recursos viria sobre uma base maior, já que na temporada passada os valores subiram 28% após anos com crescimentos menores. Além disso, está entre as contas uma eventual "sobra" dos recursos do Plano Safra atual, com cerca de 94% dos valores aplicados até o início do mês, o que mostraria um apetite de mercado por uma demanda menor de recursos.
Para a agricultura empresarial, a estimativa é de até R$ 400 bilhões em recursos contra os R$ 364,2 bilhões disponibilizados na temporada passada, se o incremento de cerca de 10% for viabilizado. Um percentual acima de 10% de aumento é considerado muito difícil pelas equipes. O Plano Safra ainda está sendo ajustado e, por isso, os números ainda podem sofrer alterações. A perspectiva de queda no custo de produção da safra 2024/2025, assim como a previsão de um aumento marginal na área plantada, compõe os cálculos feitos pelo Executivo. Na prática, o valor tende ainda a custear o financiamento de mais hectares que na temporada anterior.
Ainda não há um número final, mas os recursos devem crescer um pouco. Há um gasto maior do Tesouro com recursos controlados ao mesmo tempo que os recursos livres captados pelos bancos não cresceram tanto. Para a agricultura empresarial, parte do reforço de recursos deve vir das linhas dolarizadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tanto para custeio quanto para investimento, o que não exige recursos do Tesouro. O aperto fiscal vale para todas as áreas. Ainda assim será maior e melhor. O teto de gastos e o compromisso com a situação fiscal são reiteradamente citados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.