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01/Jul/2024

Desemprego recua no trimestre encerrado em maio

De acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na sexta-feira (28/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,10% no trimestre encerrado em maio. Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,30%. No trimestre móvel até abril, a taxa de desocupação estava em 7,50%. A taxa de desocupação de 7,1% do trimestre terminado em maio de 2024 foi o menor resultado para esse período do ano desde 2014, quando também ficou em 7,1%. A taxa de desemprego retornou assim ao menor nível para meses de maio de toda a série histórica iniciada em 2012. O resultado de maio de 2024 representou ainda o menor patamar de desemprego desde o trimestre móvel terminado em janeiro de 2015, quando a taxa foi de 6,9%.

No trimestre encerrado em abril de 2024, a taxa foi de 7,5%. No trimestre terminado em maio de 2023, a taxa estava em 8,3%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.181,00 no trimestre encerrado em maio. O resultado representa alta de 5,60% em relação ao mesmo trimestre de 2023. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 317,883 bilhões no trimestre encerrado em maio, alta de 9,00% ante igual período do ano passado. O País registrou uma abertura de 1,081 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população subiu a um recorde de 101,331 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio. Em um ano, esse contingente aumentou em 2,931 milhões de pessoas. A população desocupada diminuiu em 751 mil pessoas em um trimestre, totalizando 7,783 milhões de desempregados no trimestre até maio.

A população desocupada somou o menor contingente desde o trimestre terminado em fevereiro de 2015. Em um ano, 1,162 milhão de pessoas deixaram o desemprego no País. A população inativa somou 66,847 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio, 34 mil inativos a mais que no trimestre anterior. Em um ano, houve diminuição de 290 mil pessoas. O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar passou de 57,1% no trimestre encerrado em fevereiro para 57,6% no trimestre até maio. No trimestre terminado em maio de 2023, o nível da ocupação era de 56,4%. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas permaneceu em 5,1% no trimestre até maio, ante também um patamar de 5,1% no trimestre até fevereiro. Em todo o Brasil, há 5,191 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até fevereiro para o trimestre até maio, houve um aumento de 107 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 119 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a mais em um ano. No trimestre terminado em maio, faltou trabalho para 19,418 milhões de pessoas no País. A população subutilizada desceu assim ao menor contingente desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016. A taxa composta de subutilização da força de trabalho foi a mais baixa para trimestres até maio desde 2014, ao descer de 17,8% no trimestre até fevereiro para 16,8% no trimestre até maio. No trimestre até maio de 2023, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 18,2%. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.

A população subutilizada caiu 5,9% ante o trimestre até fevereiro, 1,218 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até maio de 2023, houve um recuo de 6,2%, menos 1,279 milhão de pessoas. O Brasil registrou 3,327 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em maio. A população desalentada desceu assim ao menor contingente registrado desde o trimestre encerrado em junho de 2016. O País tinha 344 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em fevereiro, um recuo de 9,4%. Em um ano, 399 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 10,7%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

O trimestre encerrado em maio mostrou uma abertura de 330 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em fevereiro. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, 1,499 milhão de vagas foram criadas no setor privado. O total de pessoas com carteira assinada no setor privado subiu a 38,326 milhões de trabalhadores no trimestre até maio, um recorde na série histórica iniciada em 2012. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 13,674 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica. O resultado significa 383 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até maio de 2023, foram criadas 741 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria ganhou a adesão de 40 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,473 milhões de trabalhadores.

O resultado representa 254 mil pessoas a mais trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de empregadores diminuiu em 9 mil em um trimestre, para 4,202 milhões de pessoas. Em relação a maio de 2023, o total de empregadores teve um aumento de 73 mil. O País teve uma queda de 96 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,82 milhões de pessoas. O resultado representa alta de 89 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior. O setor público teve 517 mil pessoas a mais no trimestre terminado em maio ante o trimestre encerrado em fevereiro, para um total de 12,534 milhões de ocupados. Na comparação com o trimestre até maio de 2023, foram abertas 469 mil vagas no setor público. O País registrou uma taxa de informalidade de 38,6% no mercado de trabalho no trimestre até maio de 2024.

Havia 39,133 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, 314 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período cresceu em 1,081 milhão de postos de trabalho. Ou seja, o avanço no emprego foi majoritariamente impulsionado pela geração de postos de trabalho formais. A expansão da população ocupada como um todo teve sim uma participação do ramo informal, mas ela foi fundamentalmente impulsionada pelo ramo formal da ocupação. Não significa que a informalidade esteja caindo. Ela está crescendo menos que a parte formal da ocupação. Ela se mantém como um ramo muito importante da população ocupada. Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 383 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 43 mil empregadores sem CNPJ e de 72 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ.

Porém, o mercado registrou enxugamento de 100 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada e de 84 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar. A população ocupada atuando na informalidade cresceu 0,8% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais aumentou em 813 mil pessoas, alta de 2,1%. Sete das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em maio. Na passagem do trimestre terminado em fevereiro para o trimestre encerrado em maio, houve demissões apenas em transporte e armazenagem, menos 146 mil; outros serviços, menos 1 mil; e serviços domésticos, menos 94 mil. Houve geração de postos de trabalho em informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (202 mil), agricultura (52 mil), comércio (94 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (776 mil), construção (147 mil), indústria (48 mil) e alojamento e alimentação (29 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, a única atividade com perda foi a agricultura, que demitiu 262 mil trabalhadores. Os demais setores contrataram: comércio (285 mil), indústria (259 mil), serviços domésticos (101 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (827 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (273 mil pessoas), outros serviços (242 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (813 mil) e transporte (338 mil). A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 26,141 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 317,883 bilhões, uma alta de 9,0% no trimestre encerrado em maio de 2024 ante o trimestre terminado em maio de 2023. Na comparação com o trimestre terminado em fevereiro de 2024, a massa de renda real subiu 2,2% no trimestre terminado em maio, R$ 6,751 bilhões a mais.

O resultado foi impulsionado tanto pelo crescimento no número de trabalhadores ocupados quanto pelo aumento no rendimento pago a quem estava trabalhando. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,0% na comparação com o trimestre até fevereiro, R$ 31 a mais, para R$ 3.181. Em relação ao trimestre encerrado em maio de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 5,6%, R$ 168 a mais. A renda do trabalhador vem crescendo impulsionada pela expansão da ocupação majoritariamente via emprego formal, que tem remuneração mais elevada do que as ocupações informais. No trimestre encerrado em maio de 2024, a renda média alcançou o maior patamar para esse período do ano de toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

O nível atual se assemelha ao pico alcançado em 2020, em meio à pandemia de Covid-19, quando a crise reduziu drasticamente o número de vagas informais e de menores rendimentos, fazendo o rendimento médio subir. A alta atual na renda do trabalho é totalmente diferente do que ocorreu na pandemia. Na crise sanitária, a renda subiu com a saída de ocupados informais e manutenção dos formais. Agora tem um rendimento maior sendo recebido por mais pessoas. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,3% no trimestre terminado em maio ante o trimestre encerrado em fevereiro. Na comparação com o trimestre terminado em maio de 2023, houve elevação de 9,6% na renda média nominal.

A taxa de desemprego no País mostra uma melhora consolidada, com geração contínua de vagas, e a população ocupada renovando recordes a cada trimestre. São melhoras verificadas a cada trimestre. Se essas expansões são contínuas, elas vêm trimestre após trimestre registrando recordes, há um processo cumulativo desses ganhos. O cenário econômico favorável está por trás dos ganhos vistos no mercado de trabalho, fazendo a melhora no emprego alimentar também um ciclo virtuoso: com mais trabalhadores ocupados, há mais renda e mais demanda. Está havendo mais ocupação, esse trabalho está sendo mais demandado pelas atividades econômicas. A atividade econômica vem demandando trabalhadores, e isso está permitindo esse crescimento contínuo da população ocupada. Indicadores macroeconômicos, como juros mais baixos, redução na inadimplência e arrefecimento da inflação, ajudam no momento mais favorável para o emprego.

Esses indicadores se interconectam entre si e refletem na atividade econômica. O País registrou uma abertura de 1,081 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até maio, elevando a população ocupada a um recorde de 101,331 milhões de pessoas. Em um ano, mais 2,931 milhões de trabalhadores encontraram uma ocupação. Ao mesmo tempo, a população desocupada recuou em 751 mil pessoas em um trimestre, totalizando 7,783 milhões de desempregados no trimestre até maio. Em um ano, 1,162 milhão de pessoas deixaram o desemprego. No trimestre terminado em maio, as contratações sazonais de profissionais da área de educação impulsionaram a geração de vagas, principalmente a educação fundamental. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.