02/Jul/2024
O inverno começou de forma atípica em várias partes do Brasil, com clima instável, altas temperaturas e chuvas concentradas nos extremos do País, como no extremo norte da Região Norte, leste da Região Nordeste e Rio Grande do Sul. No entanto, julho promete trazer mudanças significativas, sendo previsto como o mês mais frio do ano. Segundo o MetSul, uma frente fria está prevista para chegar após uma sequência de temperaturas muito acima da média, especialmente observada em junho. Apesar de aumento da chuva em algumas áreas, o inverno geralmente é caracterizado por um clima mais seco, o que será predominante em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, sul da Região Norte, interior da Região Nordeste e oeste da Região Sul.
Apesar de ser normalmente uma estação mais seca, a estiagem chegou antecipadamente e com intensidade em algumas partes do Brasil, como no Pantanal e partes da Amazônia, resultando em níveis baixos nos principais rios e um aumento nas queimadas, acima do esperado para esta época. Com o término do longo período de El Niño, espera-se que as altas médias de temperatura dos últimos meses comecem a diminuir nos próximos meses. A transição climática em direção a La Niña pode resultar em temperaturas ainda acima das médias históricas por algum tempo. Em termos de precipitação, espera-se chuva acima da média na Região Norte e em áreas específicas do leste das Regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Por outro lado, nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, sul da Região Norte, interior do Nordeste e oeste da Região Sul, é prevista chuva próxima ou abaixo da média climatológica, conforme informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Regiões Centro-Oeste e Sudeste: prevê-se tempo quente e seco para as primeiras semanas de julho no Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo, uma frente fria pode provocar chuvas, especialmente no litoral. Preveem-se chuvas fracas no sul de Mato Grosso do Sul, enquanto no norte de Goiás as temperaturas devem ficar dentro ou levemente abaixo da média, entre 20°C e 22°C.
Região Sul: espera-se chuvas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e centro-sul do Paraná, acompanhadas por ventos fortes e queda de granizo. Prevê-se anomalias positivas nas chuvas ao longo do mês, com maior umidade do que o comum para o inverno, especialmente na Serra Gaúcha.
Região Nordeste: as chuvas devem diminuir em grande parte da Região Nordeste, o que é típico para julho. As temperaturas devem ser amenas, um pouco abaixo da média para o mês, variando entre 20°C e 22°C. Junho teve uma série de instabilidades e temporais causados por massas de umidade que atingiram o litoral nordestino.
Região Norte: as chuvas serão acima da média na Região Norte, com previsão de pancadas de chuvas nas próximas semanas. Serão afetadas áreas do noroeste do Amazonas e Pará, além dos estados de Roraima e Amapá. A área tem sido influenciada desde junho pela Zona de Convergência Intertropical, que aumenta os índices pluviométricos em regiões equatoriais. O sul da Região Norte segue a tendência da Região Centro-Oeste, com poucas chuvas e temperaturas elevadas, onde as médias podem ultrapassar os 26ºC.
Com a previsão de redução da chuva em muitas partes do Brasil, espera-se uma diminuição nos níveis de umidade no solo, especialmente no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, além do centro-norte do Paraná. Isso pode resultar em restrição hídrica para as lavouras de milho em estágio reprodutivo e trigo em desenvolvimento, especialmente na região central do País. Por outro lado, a falta de chuva no interior da Região Nordeste e na Região Centro-Oeste pode beneficiar a maturação e colheita do algodão, cana-de-açúcar e café na Região Sudeste. Atenção especial deve ser dada à previsão de chuvas acima da média em áreas do leste da Região Sul, especialmente no nordeste do Rio Grande do Sul, o que pode continuar a dificultar a semeadura do trigo. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.