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01/Aug/2024

Créditos de Carbono: estudo questiona eficiência

O Science Based Targets, ou SBTiO, principal árbitro mundial em metas corporativas de emissões líquidas zero de carbono, deixou em aberto a possibilidade de permitir que as empresas usem créditos de carbono em seus esforços para reduzir as emissões, porém, mais pesquisas são necessárias após uma revisão de evidências que descobriu que muitos créditos são amplamente ineficazes. As descobertas, divulgadas na terça-feira (30/07), marcam o mais recente desenvolvimento em uma saga de meses que colocou a iniciativa SBTi, na vanguarda de um debate global sobre se os créditos de carbono têm um lugar legítimo em compromissos climáticos corporativos voluntários. A SBTi se baseia em evidências científicas para verificar os planos de redução de emissões das empresas e validou metas climáticas para mais de 5.000 empresas até o momento.

Os resultados são um passo crítico para entender como o SBTi pode desenvolver uma abordagem mais sofisticada para o escopo 3 (relacionados a emissões adjacentes ao core da companhia) para ajudar mais empresas a definir metas. Em um documento de discussão, o SBTi descreveu usos potenciais para créditos de carbono, mas não se comprometeu a incorporar nenhum em uma atualização de política futura. Em um cenário, as empresas poderiam usar créditos de carbono para mostrar reduções de emissões em suas cadeias de suprimentos. Em outro, os créditos poderiam ser usados para compensar as chamadas "emissões residuais", ou cerca de 10% das emissões que permanecem inalteradas como parte das metas de zero líquido das empresas. Em um terceiro cenário, as empresas poderiam comprar créditos de carbono para mitigar emissões fora de suas cadeias de suprimentos.

Os cenários são parte de um longo processo de revisão e não necessariamente farão parte do padrão de "net zero" atualizado do SBTi, que deve entrar em vigor no ano que vem. Em teoria, cada crédito de carbono corresponde à redução de uma tonelada métrica de emissões de dióxido de carbono. Mas, vários estudos questionaram se os créditos funcionam como esperado, e várias reportagens revelaram alegações de fraude em torno deles. Em setembro passado, a SBTi começou a solicitar evidências sobre a eficácia dos créditos. No relatório divulgado na terça-feira (30/07), a SBTi disse que descobriu que as melhores evidências sugeriam que vários tipos de créditos de carbono são ineficazes em entregar seus resultados de mitigação pretendidos. A organização, no entanto, pediu mais pesquisas. Uma revisão independente separada da literatura acadêmica descobriu que não havia material suficiente para chegar a uma conclusão definitiva, de acordo com uma declaração divulgada pela SBTi e pelo parceiro de pesquisa Evidensia.

A SBTi gerou polêmica em abril quando seu conselho de administração emitiu uma declaração sugerindo que permitiria créditos de carbono na próxima atualização dos padrões da organização. Um grupo de 80 instituições de organizações não governamentais de todo o mundo e a empresa de vestuário H&M emitiram declarações condenando a reversão da política, expressando preocupações de que isso enfraqueceria as promessas climáticas corporativas. A SBTi planeja lançar uma versão preliminar de seu novo padrão até o final deste ano e pretende que ele entre em vigor no final de 2025. A SBTi acredita que a descarbonização direta deve permanecer como prioridade para a ação climática corporativa e aguarda a extensa consulta pública sobre o rascunho do Corporate Net-Zero Standard. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.