05/Aug/2024
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a indústria continua em ritmo de comemoração pela sanção presidencial sem vetos da lei que cria a Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD). A lei é um grande avanço porque confere à indústria as mesmas condições dadas aos segmentos imobiliários e ao agronegócio, que hoje captam recursos mais baratos no mercado por meio de suas respectivas Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). A indústria apoia desde o início o projeto para criação da LCD por entender a importância de se criar uma fonte de financiamento, um funding, mais barato para desenvolvimento. Hoje, tem as LCI e LCA, que são as letras de crédito imobiliário e do agronegócio, que fazem isso muito bem com esses dois setores.
A LCD nada mais é que um espelho da LCI e LCA, para o desenvolvimento. O Brasil está muito atrasado nos investimentos ao desenvolvimento. Tem uma Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) ou taxa de investimento muito baixa. Hoje, ela está em torno de 16,5% a 16,9% do PIB. É uma taxa muito baixa porque o custo de capital no Brasil é muito alto. A linha do BNDES que financia máquinas e equipamentos no Brasil é lastreada em Taxa de Longo Prazo (TLP), que gira sempre em torno do CDI. Então, hoje, a taxa do BNDES e do Finame está em torno de 18% a 20% ao ano. Esse é um valor muito alto e, por isso, acaba não valendo a pena fazer investimentos. O crescimento de amanhã é o investimento de hoje.
O Brasil precisa voltar a crescer e com investimento porque sem investimento criam-se pressões inflacionárias. Por isso, tendo mais uma modalidade de funding para o BNDES e demais bancos de investimentos, que isenta de imposto de renda quem compra o título, as condições da indústria se igualam às dos setores imobiliário e à agricultura. A LCD vem em boa hora, principalmente por conta das altas taxas de juros no Brasil. Mas, a despeito do avanço, reconhecido pela indústria, o juro da LCD ainda não será compatível com o que seria ideal para a atividade fabril. Mas, o fato de ser uma taxa menor da que tem sido praticada hoje é positivo, porque o custo de captação será diminuído por conta da não incidência do imposto de renda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.