06/Aug/2024
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, afirmou que o país asiático está pronto para diversificar as parcerias comerciais com o Brasil, além de consolidar as relações já existentes entre os dois países. A China está pronta para reforçar a sinergia das parcerias estratégicas com o Brasil, ao diversificar a pauta comercial e consolidar parceria tradicionais, frisou o embaixador durante a abertura da conferência de 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, organizada pelo Conselho Empresarial Brasil e China (CEBC), realizado nesta segunda-feira (05/08), em São Paulo. Entre os pontos de diversificação na relação entre os dois países, ele citou oportunidades comerciais em áreas como a revolução científica, a economia verde, Inteligência Artificial (IA), o setor aeroespacial e o setor de saúde. Neste contexto, a intenção é fazer com que sustentabilidade e a alta qualidade dos produtos sejam as palavras de ordem da cooperação sino-brasileira. E o setor empresarial é a espinha dorsal dessa cooperação.
O embaixador convidou os empresários brasileiros a conhecerem a China. Ele salientou ainda a importância das já tradicionais pautas de exportações brasileiras à China, com destaque para itens ligados ao setor agropecuário e à mineração. As relações comerciais brasileiras aumentaram quase 90 vezes de 1996 para cá, com a corrente de comércio entre os dois países passando de US$ 2,0 bilhões para US$ 180 bilhões no período. Nos últimos cinco anos, a pauta de exportações brasileira para a China já tem se diversificado, com destaque para os embarques de produtos como maquinários, café, castanha e algumas frutas. O Brasil segue sendo um dos principais destinos de investimento chinês no mundo. Qingqiao reforçou que o objetivo da já histórica relação entre Brasil e China é "buscar a felicidade de ambos os povos", impulsionando o desenvolvimento de ambas as nações e para escrever "um novo e grandioso" capítulo dessa parceria.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou que o Brasil deve receber a visita do presidente da China, Xi Jinping, no mês de novembro. A expectativa é que nesse encontro haja novos avanços nas relações bilaterais entre os dois países. A relação Brasil e China está no caminho certo, com destaque para a colaboração "Sul-Sul" e a busca de sinergia entre o desenvolvimento chinês e o brasileiro. Há necessidade de expansão desses negócios para áreas como a transição energética e o desenvolvimento sustentável. Ao dimensionar as vantagens comparativas do Brasil no segmento de energia limpa, a Universidade de Brasília (UNB) afirmou que o Brasil está 35 anos à frente da China. O Brasil tem 93% de sua matriz energética limpa. A China vai precisar de 35 anos para alcançar o Brasil. Mesmo que daqui a 35 anos a China alcance o mesmo percentual de limpeza em sua matriz energética que tem o Brasil, os custos não serão tão baixos como os que o Brasil consegue oferecer.
Ressalta-se também que a pauta exportadora brasileira ainda se encontra concentrada em commodities, o que inibe o desenvolvimento de cadeias produtivas mais complexas. É preciso promover a exportação de produtos e serviços de maior valor agregado. A Apex Brasil destacou que o grande desafio hoje na relação bilateral Brasil-China é ampliar o leque de setores e produtos comercializados entre os dois países. Do lado das exportações, os embarques de soja, petróleo e minério de ferro representam cerca de 75% de tudo que é exportado para a China. Nas importações, o Brasil atende por apenas 5% do mercado chinês. Isso pode ser ampliado. Esse desequilíbrio na relação bilateral é um desafio do Brasil e o papel da Apex é auxiliar nessa mudança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito um papel importante nesse sentido, fazendo uma verdadeira “diplomacia comercial”, que é importante para aumentar o fluxo econômico brasileiro no mundo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.