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06/Aug/2024

Mata Atlântica: árvores buscando “fugir” do calor

De acordo com estudo publicado na revista científica Journal of Vegetation Science, que analisou 627 espécies de árvores de 96 locais diferentes em áreas de Mata Atlântica em Santa Catarina, a elevação das temperaturas globais, resultado da crise climática, está alterando a disposição de árvores da Mata Atlântica no Brasil. Para “fugir” do calor, algumas espécies passam a predominar em regiões montanhosas mais altas, onde a temperatura é menor. Os pesquisadores identificaram aumento de 0,25ºC por década nos últimos 50 anos na região. Como resultado, 27% das espécies analisadas mostraram tendência a buscar locais onde a altitude é mais elevada.

Segundo a Universidade de Birmingham (Reino Unido), instituição que integrou a pesquisa, nas florestas montanhosas, a maioria das espécies está se movendo para cima à medida que as temperaturas aumentam. Isso pode significar que espécies que precisam de temperaturas mais frias estão em risco de extinção à medida que o mundo continua a aquecer. Em florestas localizadas em regiões de baixa altitude, no entanto, o movimento foi inverso. Em florestas mais baixas, as árvores estão se movendo para baixo com mais frequência, provavelmente por causa de fatores além da temperatura, como competição entre espécies. O estudo internacional mostra que 15% das espécies se deslocaram dessa forma.

Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, restam 24% da floresta original, mas apenas 12,4% são florestas maduras e bem preservadas. No Brasil, o bioma está concentrado mais claramente nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Há um mês, o Ministério do Meio Ambiente divulgou queda de 25,2% do desmate no bioma em 2023, em relação ao ano de 2022. Os dados de 2024 ainda não estavam disponíveis. De acordo com os pesquisadores, essa é a primeira evidência documentada de mudanças significativas da Mata Atlântica brasileira em consequência da crise climática. O próximo passo será expandir a análise para outras regiões da floresta.

Este estudo mostrou o que está acontecendo no sul da Mata Atlântica, mas diferentes regiões podem mostrar outras tendências. Agora, pesquisadores de todo o bioma buscam criar um panorama geral sobre como as florestas estão respondendo às mudanças globais. Estudos anteriores já mostraram que as plantas estão começando a sofrer uma espécie de dissonância cognitiva com as mudanças no clima. Em todas as florestas subtropicais do Hemisfério Norte, por exemplo, o aumento da temperatura tem provocado um adiantamento no brotamento, que ocorre mais cedo e com menos luz em 84% da área. Esse adiantamento foi medido e corresponde a 1,9 dia de adiantamento por grau Celsius de aumento da temperatura. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.