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08/Aug/2024

IA: projeto do governo deve crescer a partir de 2026

A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, estima que o País levará pelo menos dois anos para alcançar resultados em larga escala do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). A partir de um sistema nacional de armazenamento de dados (“nuvem soberana”), o objetivo é criar ferramentas para otimizar a gestão pública e garantir segurança a dados sensíveis. A proposta do plano IA para o Bem de Todos, apresentada na semana passada, prevê investimento de R$ 23,03 bilhões entre 2024 e 2028. Uma das etapas mais imediatas é a destinação de recursos para a consolidação da “nuvem soberana”. Ela será viabilizada pelo já existente supercomputador Santos Dumont, do Laboratório Nacional de Ciência da Computação (LNCC), que receberá aporte de R$ 700 milhões. Será a partir do supercomputador que o governo federal criará parte das ferramentas de inteligência artificial (IA) para uso em áreas como saúde, educação, agricultura e emprego.

A estrutura atual não é suficiente para o tamanho e a quantidade de dados e a velocidade necessária para o desenvolvimento da inteligência artificial. Mesmo com o aporte milionário, é preciso de tempo e grandes equipes para desenvolver o projeto e integrar as informações necessárias. Na área da saúde, a expectativa é de que a IA possa acelerar a velocidade da entrega de diagnósticos de doenças específicas. Há alguns projetos já em desenvolvimento no SUS e a ideia é entregar a versão piloto em um ano. Ainda na saúde, a IA deve ser utilizada para reduzir desperdícios na distribuição de medicação e equipamentos. Com a inteligência artificial, será possível identificar aquilo que já tem no Data SUS, como é que está a situação do paciente, para que se otimize e torne eficiente a logística de distribuição. Na área de emprego, os esforços serão para cruzar os dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) com os das vagas de trabalho disponíveis no Sistema Nacional de Emprego (Sine).

Será possível comparar os perfis, inclusive para aproveitar para fazer a porta de saída do Bolsa Família. O plano prevê 31 impactos divididos em sete aplicações em curto prazo. A maioria dessas soluções depende de aplicativos, de transferência tecnológica, de compra. O desafio é ter soluções brasileiras. A grande entrega são as aplicações dessas soluções no Brasil. Além desse plano, o governo atua com 11 centros aplicados de IA. Dos R$ 23,03 bilhões previstos para o programa, R$ 12,72 bilhões são oriundos de créditos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FDNCT) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outros R$ 5,57 bilhões correspondem ao recurso não reembolsável do FNDCT; R$ 2,90 bilhões, à Lei Orçamentária Anual (LOA); R$ 1,06 bilhão, ao setor privado; R$ 430 milhões, a empresas estatais; e R$ 360 milhões de demais fontes. Os valores projetados ainda dependem de confirmação na programação orçamentária e financeira de cada ano. A maioria das verbas seria destinada para ações de inovação empresarial.

Na semana passada, após a entrega do plano ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra disse ser preciso consolidar recursos da Lei Orçamentária Anual (LOA) e do FNDCT. Os valores estão definidos, principalmente aqueles de impacto de um ano. Porém, como é um plano dinâmico, será preciso buscar mais fontes. O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) pode ferir os interesses das big techs. Na medida em que se tem um pressuposto à soberania, à autonomia, isso fere o interesse das big techs. O País não vai ficar dependendo mais, por exemplo, de nuvens das grandes empresas para armazenar dados. O impacto sobre o interesse das big techs já estava sendo previsto pelo governo brasileiro, ainda na elaboração do plano. Durante a construção da proposta, representantes das grandes empresas de tecnologia foram chamados para seminários. Apesar de enaltecer a importância da soberania brasileira, a ministra defende a cooperação com as empresas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.