15/Aug/2024
A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá crescer 2,3% neste ano e 2,1% em 2025, de acordo com o "Estudo Econômico da América Latina e Caribe 2024." A instituição não aponta os fatores que determinaram suas projeções. Para o México, é previsto um avanço do PIB de 1,9% em 2024 e de 1,4% no próximo ano, enquanto para o Chile é esperado uma expansão de 2,6% e 2,3%, respectivamente. No caso da Argentina, a expectativa é de uma queda do PIB de 3,6% neste ano e uma alta de 4,0% em 2025. O modesto crescimento econômico da região continua condicionado a um cenário externo incerto, onde a inflação persistente e as altas taxas de juros em todo o mundo desafiam o ritmo de moderação da dinâmica inflacionária, bem como a magnitude e a velocidade do ciclo de flexibilização da política monetária nos principais países avançados.
Há uma escalada das tensões geopolíticas e comerciais em meio a uma intensificação de condições climáticas extremas. O crescimento da América Latina e o Caribe deverá ser de 1,8% neste ano e de 2,3% em 2025, marcas menores do que prevê para a economia mundial, que deve registrar uma alta de 3,2% neste ano e de 3,3% em 2025. Pressões inflacionárias, incluindo as relacionadas com a alta de alimentos, reduzem o poder de compra das famílias na América Latina e Caribe. Além disso, o viés restritivo das políticas monetárias em diversos países causa impactos na demanda agregada e reduzem ainda mais o nível de investimento, que é baixo. O maior peso do pagamento do serviço da dívida pública por várias nações da região gera um espaço limitado de ação das políticas fiscais.
O crescimento do PIB deverá continuar sendo sustentado pela dinâmica do consumo privado na região, enquanto os investimentos estão desacelerando, em meio a crescimento baixo, uma inflação alta e taxas de juros elevadas. A América Latina e Caribe enfrentam também problemas como a pequena expansão da produtividade e elevada economia informal, o que, somado ao menor desempenho da demanda externa, mantém a região presa numa armadilha de baixo crescimento. O quadro para as exportações dos países da região será desafiador em 2025, pois dois grandes parceiros comerciais, os Estados Unidos e a China, deverão registrar certa desaceleração do nível de atividade. A economia norte-americana deverá ter um crescimento em torno de 1,9% no próximo ano devido aos efeitos defasados dos juros altos adotados pelo Federal Reserve sobre a demanda agregada. No caso da China, a estimativa de crescimento é de 4,5% no próximo ano e dependerá de medidas fiscais e monetárias que serão implementadas pelas autoridades do governo para estimular o consumo doméstico.
A inflação mundial deverá baixar de 5,9% em 2024 para 4,4% em 2025, sendo que no caso das economias avançadas deverá reduzir de 2,1% para 1,9%, respectivamente. Contudo, a inflação na América Latina e Caribe pode apresentar pressões de alta nos próximos meses com o aumento de preços de alimentos, metais e de energia, o que pode ocorrer devido a tensões geopolíticas e impactos em safras provocados pelo aquecimento global. Como a América Latina e o Caribe devem continuar a registrar altas despesas para pagar os juros da dívida pública nos próximos anos, eles terão dificuldades para atender investimentos muito importantes em educação, saúde e infraestrutura. Para responder a este desafio, é necessário aumentar as receitas fiscais através da progressividade da tributação direta e da implementação, por exemplo, de impostos específicos sobre a riqueza. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.