20/Aug/2024

Desde 2020, um projeto conjunto do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura de São Paulo (IEA-SP) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apura mensalmente o preço de referência nas importações de borracha natural. O objetivo da iniciativa é oferecer um parâmetro para as negociações entre os produtores do coágulo que sai das seringueiras e as usinas de beneficiamento. No cálculo de formação de preço, IEA-SP e CNA incluem itens que ficam de fora de outro índice vigente no mercado.

O índice atende todas as variáveis que integram o processo de importação; o mercado asiático é a origem de referência. Os preços eram subestimados, não cobriam os custos de produção, e a rentabilidade caiu. Com as contas no vermelho, os heveicultores seguraram investimentos e amargaram queda na produtividade e na produção. O índice do IEA-SP remunera os custos de produção e pode dar até certa rentabilidade. A questão, que deve chegar ao governo federal, é articular com o restante da cadeia para considerar tais preços nas negociações de comercialização da borracha natural.

Para agosto, o preço do indicador é de R$ 14,12 por Kg de borracha importada, valor 36,7% maior que o do índice GEB-10 Mercado, que é de R$ 10,33 por Kg. Em julho, os produtores de São Paulo receberam, em média, R$ 3,71 por Kg, em um quadro em que o custo de produção ficou próximo de R$ 6,00 por Kg de coágulo. Se o índice de IEA-SP e CNA fosse seguido à risca, o produto sairia por R$ 5,62 por Kg. A diferença mina a rentabilidade do produtor e causa problema gravíssimo na sustentabilidade da cultura a longo prazo. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.