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21/Aug/2024

Desmatamento em cadeias produtivas do Agronegócio

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) alertou que o Brasil enfrenta desafios significativos na discussão sobre o desmatamento nas cadeias produtivas do agronegócio. A imposição de um "desmatamento zero" pode provocar reações adversas entre os produtores brasileiros, semelhante ao que aconteceu na Europa. Os produtores rurais não vão acabar com o desmatamento, seja porque ele é ilegal ou porque a legislação permite. Se falar que tem que acabar com o desmatamento, os produtores vão se revoltar, como fizeram na Europa. É uma questão de país para resolver. A demanda por produtos sem desmatamento está crescendo globalmente, especialmente na Europa, onde novas regulamentações, como o Regulamento da União Europeia contra o desmatamento (EUDR), estão prestes a entrar em vigor.

A aplicação dessas regras, prevista para dezembro de 2024, afetará diretamente as exportações brasileiras de commodities como soja, carne bovina, cacau, café e óleo de palma. Hoje, ninguém quer consumir um alimento que veio do desmatamento. Isso é passado. Há necessidade de adaptação por parte das empresas brasileiras para atender às novas exigências europeias. As novas regras exigirão que todas as propriedades rurais sejam verificadas quanto à conformidade com as legislações ambiental e de direitos humanos, tanto brasileiras quanto europeias. Segundo a Abiove, as regras criam incertezas sobre como as empresas poderão cumprir as exigências. A legislação europeia está impondo um conjunto de procedimentos que os setores não faziam, e isso cria uma preocupação. A obrigatoriedade de rastreabilidade socioambiental até o "talhão de produção" pode tornar o processo de exportação ainda mais oneroso e complexo.

As empresas terão que dedicar armazéns, caminhões, terminais portuários, tudo isso para garantir que a soja exportada cumpre a legislação europeia e não se mistura com outras. O Brasil precisará encontrar soluções para conciliar as demandas ambientais com a produção agrícola, sob o risco de perder mercado. Ignorar essas exigências não é uma opção. O produto brasileiro pode ser recusado se não mostrar que estão sendo implementadas políticas de controle de origem. Ressalta-se a necessidade de diálogo entre os setores produtivos e o governo brasileiro para encontrar soluções que evitem penalidades e garantam a competitividade das exportações brasileiras no mercado europeu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.