ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

23/Aug/2024

Canadá: prejuízos com paralisação de ferroviários

A Associação Nacional de Grãos e Rações dos Estados Unidos alertou que as exportações de milho, grãos secos de destilaria, trigo de primavera e soja dos Estados Unidos estão em risco devido à paralisação trabalhista nas duas principais ferrovias do Canadá. A associação destacou que 25 mil vagões transportam produtos agrícolas pelo Canadá a cada semana. Parte dessas exportações dos Estados Unidos tem como destino o mercado canadense, enquanto outra segue para rotas do Noroeste Pacífico pelas ferrovias do Canadá. A paralisação nas ferrovias da Canadian National Railway e Canadian Pacific Kansas City está causando um choque severo na cadeia de suprimentos agrícolas da América do Norte.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) observou que boa parte dos fertilizantes comprados por agricultores norte-americanos são transportados do Canadá por ferrovia, e o Canadá é um grande comprador de etanol dos Estados Unidos, que também é transportado por ferrovia. O governo do Canadá enfrenta uma crescente pressão para intervir e pôr fim à paralisação simultânea de trabalhadores nas duas principais ferrovias do país, a Canadian National Railway e a Canadian Pacific Kansas City. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que as autoridades "teriam mais a dizer em breve" sobre como o governo pretende lidar com o conflito trabalhista. Ele não deu mais detalhes. Uma paralisação prolongada pode ter repercussões no Canadá e em outros lugares.

O Anderson Economic Group, consultoria especializada em avaliações de perdas de greves e conflitos globais, estima que uma paralisação de sete dias na Canadian National e na CPKC pode custar às economias canadense e norte-americana mais de US$ 1 bilhão. O Canadá seria o mais afetado. A consultoria acrescentou que além de sete dias, o impacto nos Estados Unidos e no Canadá seria muito pior, gerando tensões agudas nos setores de agricultura, manufatura e energia. A Federação Canadense de Negócios Independentes, o grupo de defesa do país para pequenas e médias empresas, afirmou que seus membros podem ter que interromper as operações, pois não conseguem receber mercadorias para atender os clientes.

Em outro foco de tensão, os pilotos da Air Canada votaram a favor de uma greve, se necessário, para quebrar um impasse com a companhia aérea sobre um novo contrato. A Air Line Pilots Association, que representa mais de 5.400 pilotos da transportadora de bandeira, afirmou que 98% dos pilotos votaram a favor da convocação de uma greve. Os pilotos ameaçam abandonar o trabalho já em meados de setembro se nenhum acordo for alcançado durante o período, o que prejudicaria as viagens aéreas no país. As negociações para um novo acordo começaram em meados do ano passado, e as conversas entraram em mediação privada em janeiro em um processo que se estendeu até junho, quando o sindicato fez uma notificação de disputa após os lados não conseguirem chegar a um consenso sobre um novo acordo coletivo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.