28/Aug/2024
O dólar registrou leve alta nesta terça-feira (27/08) no Brasil, mas o suficiente para terminar novamente acima dos R$ 5,50, com as cotações acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes no exterior, enquanto investidores aguardam a divulgação de dados econômicos no restante da semana. O dólar fechou em leve alta de 0,18%, cotado a R$ 5,50. Em agosto, porém, a divisa acumula baixa de 2,71%. Em um dia de agenda relativamente esvaziada no exterior, faltou ao mercado de câmbio um gatilho realmente forte que pudesse influenciar as cotações.
O dólar sustentou ganhos ante divisas como o peso mexicano, o peso colombiano e o peso chileno, o que trazia um viés de alta também em relação ao Real. Mas, como em sessões anteriores, as oscilações eram limitadas, com investidores aguardando novos dados para precificar melhor o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira (29/08) saem nos Estados Unidos dados do Produto Interno Bruto (PIB) e na sexta-feira (30/08) o índice de preços PCE, bastante observado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na formulação da política monetária.
Segundo a Manchester Investimentos, nesta terça-feira (27/08) ainda houve um pouco de aversão a risco, por conta do conflito envolvendo Israel no Oriente Médio, que deu força ao dólar na segunda-feira (26/08). Mas, a precificação é contida, e o mercado caminha de lado, aguardando novos dados. Internamente, destaque para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que subiu 0,19% em agosto, após alta de 0,30% em julho. Em 12 meses ele ficou em 4,35%, um pouco abaixo do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 4,5%. Economistas estimavam alta de 0,20% do IPCA-15 em agosto, com aumento de 4,45% na comparação anual.
Na abertura do índice, profissionais destacaram a desaceleração das taxas de serviços, serviços subjacentes e média dos núcleos, entre outros. Os dados foram considerados favoráveis por boa parte dos analistas, mas ainda assim o dia foi de alta das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), que voltaram a precificar 100% de chances de elevação da taxa Selic em setembro. Atualmente, a taxa básica de juros está em 10,50% ao ano. Ainda que a precificação dos mercados indique corte de 25 pontos-base de juros pelo Federal Reserve em setembro e alta de 25 pontos-base pelo Banco Central no mesmo mês, o que elevaria o diferencial de juros para o Brasil, o dólar se manteve em patamares elevados.
Segundo a Wagner Investimentos, se o corte de juros nos Estados Unidos e aumento no Brasil se confirmarem, há espaço para um dólar a R$ 5,30 ou mesmo R$ 5,20 reais. Mas, é preciso esperar um pouco para esta movimentação. Nesta terça-feira (27/08), após registrar a cotação mínima de R$ 5,47 (-0,30%) na abertura dos negócios, o dólar atingiu a máxima de R$ 5,52 (+0,50%) às 12h45. Depois, encerrou o dia na faixa dos R$ 5,50. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, caía 0,29%, a 100,560. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.