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29/Aug/2024

Amazônia IA: modelo de inteligência artificial nacional

“Nenhum LLM (grande modelo de linguagem usado para treinamento de inteligência artificial) sabe mais sobre o Brasil.” É assim que se apresenta o Amazônia IA, modelo de inteligência artificial (IA) criado com foco na cultura brasileira, lançado no mês passado. Com um chatbot que lembra o de empresas já conhecidas no mercado, como OpenAI e Anthropic, a WideLabs, empresa que desenvolveu o robô, quer ocupar o lugar de estrangeiras com a proposta de uma IA imersa na “brasilidade”. O Amazônia IA é um robô de conversação desenvolvido especialmente para o português, e apresenta interface semelhante à do ChatGPT. Ele é dividido em quatro categorias: cultura brasileira, criação, literatura e negócios. Por meio de cada uma delas, o usuário pode obter respostas mais aprofundadas sobre cada tema.

Segundo a WideLabs, trata-se de um modelo criado por brasileiros com grande volume de conteúdo. Toda a infraestrutura de máquinas e data centers está no Brasil, com total capacidade de suprir a demanda local. Nenhum dado que trafega dentro do modelo sairá da fronteira brasileira. O Amazônia IA foi oficialmente lançado no dia 30 de julho pela WideLabs na 5ª Conferência Nacional de CT&I, evento que terminou no dia 1º de agosto em Brasília. Segundo os fundadres da empresa, tudo começou porque viram que, no ChatGPT, a resposta para ‘quem inventou a aviação?’ era os irmãos (Wilbur e Orville) Wright (norte-americanos). Nem mencionava Santos Dumont. Também havia o desejo de incluir, por exemplo, fatores como receitas regionais, com um conhecimento mais completo.

Para construir e colocar em prática o modelo de inteligência artificial, a WideLabs recebeu apoio de duas grandes empresas do ramo da tecnologia: a Oracle e a Nvidia. Esses parceiros foram essenciais para as áreas de recursos humanos e infraestrutura dentro da construção da IA. O modelo ajuda a democratizar o acesso à informação e à tecnologia no Brasil. Para criar um modelo que represente o Brasil, fale português e entenda a cultura, o primeiro passo foi levantar muito conteúdo em português, tanto o que estava disponível no idioma de forma pública, quanto o que não estava. Ao levantar esse conteúdo, foi usado o processamento de máquinas desenvolvido desde o início do ano passado. Depois, o modelo foi treinado, algo que continua acontecendo até hoje.

Na comparação direta com o ChatGPT (o chatbot mais conhecido do mercado), o Amazônia IA não responde a um número maior de perguntas do que o robô de Sam Altman, mas talvez possa fazê-lo de forma mais aprofundada. Em “cultura brasileira”, por exemplo, é possível fazer perguntas como “qual a composição étnica do Brasil” e “qual o ponto mais a leste do território brasileiro”. Além disso, o usuário pode obter dicas como receitas usando ingredientes típicos de cada região do País. A versão básica é grátis. Para acessá-la, basta fazer um breve cadastro com nome, e-mail e data de nascimento no site. A empresa garante que 100% das máquinas usadas pela IA funcionam à base de energia limpa e renovável. A medida busca escapar de um grande problema que envolve as inteligências artificiais.

Frequentemente, com o grande gasto de energia que esses modelos exigem, é gerada uma pesada pegada ambiental no uso de água e energia para manter as máquinas e processadores funcionando de forma adequada. Mesmo com uma entrada recente no mercado de inteligência artificial, o Brasil ainda pode recuperar esforços e investimentos para avançar na tecnologia. Um dos exemplos da discussão do tema no País foi a apresentação de um Plano para IA, que prevê cerca de R$ 26 bilhões de investimento em IA nas áreas de saúde, educação e infraestrutura. Ainda, o Marco da IA, discutido no Senado, é uma tentativa de regulação do tema avançada, em comparação a outros países. O Brasil perdeu a corrida da internet e faz pouco tempo que ela chegou para todos. Isso gerou um gap de aprendizado em comparação a países desenvolvidos. Mas, agora, há oportunidade de largar junto com essas outras nações. O Brasil está entre os primeiros países a ter seu próprio LLM. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.