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03/Sep/2024

Dólar recua com ajustes e baixa liquidez no mercado

Após uma manhã de certa volatilidade, o dólar perdeu força e encerrou a sessão desta segunda-feira (02/09), em baixa moderada no mercado doméstico, mas ainda acima de R$ 5,60. Analistas afirmam que, apesar da intervenção do Banco Central, que vendeu mais um lote extra de swaps cambiais nesta segunda-feira (02/09), o dólar se mantém em nível elevado em razão da percepção de risco doméstico. O detalhamento do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), divulgado na sexta-feira (30/08), não dissipou dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais. Operadores não identificaram gatilhos mais fortes para justificar a leve apreciação do Real, mas citaram ajustes de posições, após o dólar ter avançado nos últimos cinco pregões e acumulado valorização de 2,84% na semana passada.

Com a ausência dos negócios nas Bolsas em Nova York e no mercado de Treasuries, ambos fechados em razão do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, a liquidez foi reduzida, o que deixou a formação da taxa de câmbio mais suscetível a movimentações pontuais. Com máxima a R$ 5,65 e mínima a R$ 5,60, o dólar fechou em baixa de 0,36%, cotado a R$ 5,61. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para outubro teve movimento bem modesto, por volta de US$ 10 bilhões. No ano, o dólar avança 15,69% em relação ao Real, que divide com o peso mexicano o papel de pior moeda entre as principais divisas globais. Para a Fair Corretora, a liquidez apertada, além de trazer mais volatilidade à formação da taxa de câmbio, impede que a queda desta sessão seja vista com início de um movimento de alívio para o Real.

O dólar caiu um pouco, mas uma taxa acima de R$ 5,60 ainda é muito 'esticada' e carrega um prêmio de risco muito grande. A reação do mercado às intervenções do Banco Central foi muito tímida. Com o corte quase certo de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro e a possibilidade de uma alta no Brasil, o dólar deveria estar mais baixo, por volta de R$ 5,30. O Banco Central vendeu a oferta de 14.700 swaps cambiais extras (US$ 735 milhões), o que equivale à venda de dólar futuro. Trata-se do restante da oferta de 30 mil contratos oferecidos na sexta-feira (30/08) e que não foram absorvidos. Ao todo, o Banco Central vendeu US$ 1,5 bilhão em swaps cambiais.

No dia 30 de agosto, já havia vendido US$ 1,5 bilhão em leilão de moeda à vista, operação que estaria relacionada a saída pontual de recursos provocada pelo rebalanceamento do EWZ, o ETF do Brasil no índice do MCSI, com entrada de ações brasileiras negociadas no exterior, como Nubank e XP. Para a Veedha Investimentos, o leilão de swap cambial contribuiu um pouco para algum respiro do Real. Mas, o Real segue sendo castigado principalmente por questões domésticas, em especial o risco fiscal. O projeto de lei orçamentária está sendo muito questionado no que diz respeito às receitas projetadas. Existe muita incerteza se será possível zerar o déficit primário em 2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.