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04/Sep/2024

Seca e queimadas devem elevar preços de alimentos

A combinação de uma grave estiagem, ondas de calor intensas e queimadas devastadoras em várias regiões do Brasil está gerando preocupações sobre o impacto nos preços dos alimentos. Produtos essenciais como açúcar e café já começam a sentir os efeitos, enquanto outros itens, como carnes, feijão e laranja, ainda não mostram mudanças significativas.

- Açúcar

Os canaviais do interior de São Paulo foram duramente atingidos por queimadas no final de agosto, resultando na destruição de mais de 80 mil hectares de cana-de-açúcar. Com a seca prolongada que afeta a Região Centro-Sul do País desde abril, a safra será reduzida, e a entressafra poderá começar mais cedo. Esse cenário está pressionando os preços do açúcar no mercado internacional, que subiram 12% na última semana de agosto, com previsão de novas altas até o final do semestre. No mercado interno, o impacto será sentido a partir de outubro, com efeitos esperados na inflação.

- Café

Os preços do café, que já acumulam alta de mais de 100% no caso do conilon e 87% no arábica, devem continuar a subir devido à seca que afeta as regiões produtoras. Embora as queimadas não tenham causado danos diretos às plantações, a expectativa de seca em setembro, período crucial de florada, deve manter os preços em níveis elevados. O repasse das altas aos consumidores, que começou em agosto, deve se intensificar até o fim do ano, impactando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

- Carne

Embora os preços da carne bovina ainda não tenham sido impactados, a seca está reduzindo a oferta de bois prontos para o abate, especialmente em Mato Grosso do Sul. A escassez de bovinos está elevando o preço da arroba. Se a oferta não se normalizar até 2025, os consumidores podem enfrentar aumentos nos preços. As carnes de frango e suína enfrentam variação ao preço no mercado por conta do avanço do preço da carne bovina.

- Feijão

Apesar de uma safra menor devido à falta de chuvas, os preços do feijão não sofreram aumentos significativos até o momento, com uma queda acumulada de 2,6% no ano. Ainda é incerto se haverá impactos futuros no preço ao consumidor final.

- Laranja

Os incêndios em algumas áreas de citros no interior de São Paulo no final de agosto foram controlados rapidamente e não devem afetar significativamente a oferta de laranjas. No entanto, fatores como frentes frias e o período de fim de mês reduziram as vendas, mantendo o mercado pressionado. Em 2024, o aumento no preço da laranja ao consumidor já chega a 20%.

Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.