04/Sep/2024
O dólar voltou a subir nesta terça-feira (03/09) ante o Real, na esteira do movimento de alta da moeda norte-americana no exterior, após a divulgação de dados fracos sobre a indústria dos Estados Unidos e a queda firme do petróleo e do minério de ferro. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre, bem acima do esperado, chegou a dar algum alento para o câmbio, mas não o suficiente para o dólar se manter em baixa ante o Real. O dólar fechou em alta de 0,48%, cotado a R$ 5,64. No ano, a divisa acumula elevação de 16,33%. Antes da abertura dos negócios, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 1,4% de abril a junho deste ano, na comparação com o primeiro trimestre. O resultado ficou bem acima da expectativa de pesquisa da Reuters, de alta de 0,9%.
Foi o crescimento mais forte desde o quarto trimestre de 2020, período de recuperação da pandemia de Covid-19, quando o PIB avançou 3,7% na comparação trimestral. Os números fortes do PIB fizeram as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de curto prazo subir, em meio à leitura de que o Banco Central será de fato obrigado a elevar a taxa básica Selic este mês para segurar a inflação. Como uma Selic mais alta em tese favorece o Real, o dólar cedeu no Brasil no início da sessão e atingiu a cotação mínima de R$ 5,57 (-0,71%). O movimento, no entanto, não se sustentou, com o dólar passando a subir ante o Real na esteira do avanço da divisa dos Estados Unidos ante outras moedas de emergentes e exportadores de commodities no exterior.
Segundo a Correparti Corretora, o PIB do Brasil veio forte, com tendência de aumento de juros no País e possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos. Isso fez preço no câmbio. Depois, o dólar acompanhou o mercado internacional, que vive um dia de fuga de ativos de risco em função de números piores da economia norte-americana. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial subiu para 47,2 em agosto, de 46,8 em julho. Apesar da alta, a leitura abaixo de 50 seguiu indicando contração no setor industrial, que responde por 10,3% da economia dos Estados Unidos. As fortes baixas do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional eram outro fator de pressão sobre as moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
O petróleo cedia perto de 5%, enquanto o contrato de janeiro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), da China, encerrou as negociações com perda de 4,74%, a 703,5 iuanes (US$ 98,87) por tonelada, com a maior queda desde 31 de outubro de 2022. Neste cenário, o dólar marcou a máxima de R$ 5,65 (+0,65%). Segundo a Empiricus Research, o dólar acompanha o ambiente global de aversão a risco, com o ISM fraco nos Estados Unidos, em conjunto com a queda das commodities. O dólar seguia em alta ante uma cesta de divisas fortes e ante boa parte das moedas de emergentes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,13%, a 101,790. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024. O Banco Central não realizou nenhuma operação extra de swaps nesta sessão. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.