10/Sep/2024

O coordenador do grupo de trabalho da Agricultura do G20 Brasil e secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, afirmou que "temas caros" ao Brasil ainda seguem pendentes de avaliação do colegiado. Já houve 12 reuniões e ainda serão mais 6 nesta semana para a discussão do texto, negociação intensa e apresentação da declaração conjunta ao fim do GT, no sábado (14/09). Temas caros ao Brasil ainda não foram recepcionados pelo grupo, como mercado de carbono e a recuperação e conversão de pastagens como prática inclusiva e que evita desmatamento. O GT de agricultura do G20 Brasil começa nesta terça-feira (10/09) com reuniões técnicas e ministeriais na Chapada dos Guimarães (MT) e se estende até o próximo sábado (14/09).

Ao fim das discussões, o grupo deve publicar uma declaração conjunta e de consenso sobre os sistemas alimentares. Neste ano, o colegiado tem como foco o debate sobre segurança alimentar, adaptação às mudanças climáticas e sustentabilidade. Em relação ao comércio internacional, a adoção de legislações internacionais comerciais ainda não é aceita pela maioria dos países. A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem hoje funcionamento parcial, visto que o órgão de apelação não tem indicação do membro norte-americano. Nada pode ser julgado no órgão de apelação e os processos ficaram parados. Ainda não foi possível uma medida efetiva da OMC. O Brasil não vai se submeter a narrativas unilaterais, de países ou blocos. Perosa defendeu a inclusão da recuperação e conversão de áreas degradadas na declaração conjunta do grupo como um caminho viável para o crescimento da produção agropecuária das 20 maiores economias do mundo.

O Brasil tem 40 milhões de hectares que podem ser convertidos em agricultura e dobrar a produção brasileira. O grande entrave para recuperação de pastagens, que era o hedge cambial, foi resolvido e através do Fundo de Financiamento do Clima teremos o plano de recuperação de pastagens degradadas como um grande incentivo ao salto da produção. O grupo de trabalho de agricultura do G20 já incorporou três recomendações feitas pelo setor privado, representado pelo B20, como a inclusão da proposta de financiamento para a transformação dos sistemas alimentares, o pagamento por serviços ambientais e a questão das distorções dos mercados mundiais com alguns países subsidiando a produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.