13/Sep/2024
Líder na produção mundial de alimentos, o Brasil chega à presidência do G20 com um desafio robusto na temática da agropecuária: unificar as 20 maiores economias do mundo quanto à conciliação da segurança alimentar com a sustentabilidade da produção. O governo brasileiro vem enfatizando que é possível conciliar meio ambiente e agropecuária e que não há conflito entre "produzir e preservar". Agora, o desafio imposto ao Brasil vai além de apresentar o seu modelo de intensificação da produção sem desflorestamento de novas áreas ao mundo, mas sim passa em buscar uma premissa que alie a preservação ambiental com a necessidade de alimentar a população mundial.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, graças ao potencial que a agropecuária brasileira tem de superar o desafio da produção, da energia renovável e com sustentabilidade, será possível firmar um compromisso de como será a agropecuária mundial para os próximos 50 anos. Isso foi determinante para a escolha do estado de Mato Grosso como o local sede para o grupo de trabalho da Agricultura. O Estado é o maior produtor de grãos e tem o maior rebanho bovino de corte do País. Além disso, o Estado possui três biomas na sua extensão territorial: Pantanal, Amazônia e Cerrado. O Brasil quer mostrar a produção agropecuária do Estado como exemplo de potência agroambiental. Há consciência de todos de que a mudança climática está aí. É o momento de cada um fazer a sua parte e o Brasil está pronto para fazer a sua, afirmou Fávaro.
Neste ano, o colegiado de agro do G20 tem como prioridades a sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos; a contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional, o reconhecimento do papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais para sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos; e a promoção da integração sustentável da pesca e aquicultura nas cadeias sociais locais e globais. Nesta quinta-feira (12/09), houve a abertura oficial do encontro dos ministros de Agricultura e áreas correlatas dos países membros do G20, com a participação do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Qu Dongyu.
Nesta edição, representantes de cerca de 50 delegações, entre países membros, convidados e organismos internacionais participam do GT da agricultura, a maior adesão desde a criação do GT em 2011. Ao fim dos debates, que se estendem até o sábado (14/09), os 23 ministros da Agricultura apresentarão uma declaração conjunta baseada em propostas acordadas sobre os rumos da produção de alimentos. O compromisso de agricultura do G20 é encaminhado para posterior ratificação da cúpula dos chefes de Estado do G20. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anfitrião e coordenador do G20 agro, deu o recado no início das reuniões técnicas de que busca por medidas resolutivas ao fim do encontro. "Não dá mais tempo de ficarmos fazendo cartas. Agora é hora de tomarmos decisões. Espero que saiamos daqui com deliberações de políticas públicas mundiais que devem ser tomadas em prol do meio ambiente", disse Fávaro.
Na prática, fora as características específicas dos sistemas alimentares de cada país, diferentes tipos de agricultura e os interesses comerciais de cada país, incluindo protecionismo aos seus produtores, também influenciam na equação para a proposta conjunta do grupo. Temas caros ao Brasil, por exemplo, ainda estavam pendentes nas discussões do grupo, como o mercado de carbono e a recuperação e conversão de pastagens como prática que evita o desmatamento. Além do Brasil, integram o G20: União Europeia, União Africana, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.