16/Sep/2024
O setor privado recomendou a inclusão do pagamento por serviços ambientais no compromisso a ser firmado pelas 20 maiores economias do mundo no grupo de trabalho de Agricultura do G20 Brasil. As sugestões foram apresentadas pelo B20 Brasil, iniciativa do setor privado que conecta a comunidade empresarial aos governos do G20, coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aos ministros de Estado da cúpula nesta quinta-feira durante as reuniões ministeriais do GT de agro do G20. Uma das formas de incentivar sistemas mais sustentáveis é reconhecer o valor dos serviços ecossistêmicos e que os serviços de ecossistemas sejam remunerados. Os países devem trabalhar juntos e criar uma estrutura que possa reconhecer os serviços ecossistêmicos feitos pelos produtores rurais e usar parte desses serviços de ecossistemas como financiamento da transformação dos pequenos produtores.
A proposta do B20 Brasil é que os países desenvolvidos apoiem os países menos desenvolvidos com disseminação de tecnologias e financiamento internacional. O objetivo principal é financiar a transição dos sistemas alimentares para modelos mais resilientes e sustentáveis sobretudo para pequenos produtores. A monetização dos serviços ecossistêmicos é uma estratégia essencial para transformar a agricultura, tornando-a, economicamente viável, além de ambientalmente responsável. O B20 Brasil estima que serão necessários de US$ 300 bilhões a US$ 350 bilhões por ano, até 2030, para a transformação dos sistemas alimentares. Apesar da capacidade da agricultura regenerativa de capturar de 9% a 23% das emissões globais dos gases de efeito estufa e da sua relevância econômica, ela está recebendo apenas 4% dos investimentos globais para enfrentar as mudanças climáticas.
Na prática, será necessário aumentar em 15 vezes o investimento ao longo da década para cobrir os custos da transição da agropecuária. O plano visa acelerar soluções para produzir mais, preservando a nossa biodiversidade, capturando carbono da atmosfera, aumentando a resiliência dos sistemas de produção de alimentos, energia e fibra para futuras gerações. Além do investimento econômico, o B20 Brasil sugeriu ao G20 que a adoção de medidas também técnicas operacionais e sociais para a adoção de práticas inovadoras e altamente produtivas pelos produtores rurais. Isso será possível colocando o produtor no centro desta transformação, com alinhamento governamental, e com aliança com iniciativa privada e outros setores. Os pequenos produtores enfrentam importantes desafios financeiros para adoção de práticas regenerativas pelo custo do capital, pelo tempo de maturação dos investimentos e pelo risco associado, dado que o mercado não pagará prêmio de preço de commodities de forma estrutural.
Para o B20 Brasil, o pagamento por serviços ambientais é uma proposta válida para ser adaptada a todos os países. O pagamento por serviços ambientais é a resposta para equacionar este triplo desafio e destravar a tomada de crédito. O G20 nesta edição deve acelerar o desenvolvimento do arcabouço regulatório que viabilize a emissão de créditos de alta integridade e interoperáveis para serviços ecossistêmicos, baseados na ciência. O B20 Brasil recomendou também ao G20 o aumento da produtividade pelo desenvolvimento e pela ampliação de tecnologias sustentáveis, sobretudo com alcance aos pequenos produtores. Outra proposta do setor privado aos ministros de Agricultura foi a promoção do sistema de comércio multilateral da Organização Mundial do Comércio (OMC) para alimentos e agricultura, eliminando barreiras de mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.