18/Sep/2024
Segundo a Fundação Dom Cabral (FDC), a China deverá passar por uma desaceleração dramática na economia. Isso não significa que a economia chinesa passará a encolher, mas que o ritmo de crescimento irá cair consideravelmente, justamente porque a taxa de crescimento dos últimos anos foi muito alta. a China cresceu muito acima de sua capacidade de crescimento sustentável. Não se trata de qualquer colapso, pois a China vai continuar crescendo ainda. Entre 2001 e 2013, a China consumiu, por exemplo, a mesma quantidade de cimento do que os Estados Unidos ao longo de todo o século XX. Houve uma situação de over-investment.
É muito importante mensurar qual será o impacto dessa desaceleração chinesa sobre o nível de produtividade dos outros países, especialmente em um cenário em que a evolução da produtividade global já vinha caindo. A produtividade do trabalho vinha crescendo 1,4% por ano na última década do século XX, hoje essa alta é de 0,4%. Essa tendência tende a ser ainda mais dramática em países emergentes, como o Brasil. Este contexto justifica o renovado interesse sobre políticas industriais ao redor do mundo. Isso veio para ficar. No caso do Brasil, até o momento, o País parece estar na direção correta. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou outro desafio para a economia chinesa à frente: a dificuldade que o país deve ter para se adaptar à regulamentação do mercado de carbono, por conta de seu perfil populacional.
Hoje, cerca de 50% da população de baixa renda do mundo se concentra na China e na Índia. Se essa parcela tiver o mesmo padrão de vida e passar a emitir a mesma quantidade de carbono dos 10% mais rico, não haverá mais planeta Terra. Ao colocar preço no carbono, esses dois países (China e Índia) terão dificuldades para crescer e gerar renda. Este é um dos "grandes dilemas" para o futuro da economia mundial. Ou se melhora a forma de produzir, ou vai ter que falar para essa parcela da população (os 50% mais pobres) que não vai ter mais planeta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.