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03/Oct/2024

EUA: greve de estivadores desafia governo Biden

O governo norte-americano está se esforçando para levar os estivadores em greve e empresários de volta à mesa de negociações, pressionando para chegar a um acordo para resolver uma greve massiva que ameaça a economia do país apenas cinco semanas antes da eleição. Os democratas esperam que uma resolução rápida da greve minimize qualquer turbulência para a vice-presidente Kamala Harris, que ainda está atrás do ex-presidente Donald Trump nas pesquisas sobre quem lidaria melhor com a economia. A greve ocorre em um momento particularmente tenso, já que o governo está lidando com múltiplas crises que vêm com riscos políticos.

Biden e Harris planejam visitar Estados devastados pelo furacão no sul do país nesta semana para ver os esforços de recuperação. Na terça-feira (1º/10), o Irã disparou cerca de 200 mísseis contra Israel, aumentando as tensões no Oriente Médio. Sobre a greve dos estivadores, democratas e republicanos concordam em uma área: ambos estão enfatizando que o conflito coloca os trabalhadores norte-americanos contra as empresas sediadas no exterior. As transportadoras marítimas estrangeiras obtiveram lucros recordes desde a pandemia, quando os estivadores se arriscaram para manter os portos abertos, afirmou Biden.

Joe Biden, que se autodenomina o presidente mais pró-sindicato, afirmou, no dia 30 de setembro, que não interviria na greve porque há negociação coletiva e que não acredita em “Taft-Hartley", referindo-se à lei de 1947 que permite ao presidente forçar os estivadores a retomarem as operações enquanto as negociações continuam. No dia 1º de outubro, a Associação Internacional de Estivadores, que representa 45.000 estivadores nos portos da Costa Leste e da Costa do Golfo, começou a fazer piquetes em terminais de carga que movimentam mais da metade dos volumes de importação e exportação americanos, já que o contrato com os empregadores portuários expirou.

Os democratas temem que uma greve com duração de semanas cause atrasos nas remessas e aumento de preços, já que as empresas encontram soluções alternativas caras para levar os produtos ao mercado, irritando os eleitores que estão céticos sobre como Joe Biden lidou com a economia. O governo norte-americano divulgou um documento de antecedentes, horas após o início da greve, listando as ações que Biden está tomando para buscar uma resolução e observando que, pelo menos no curto prazo, os norte-americanos não devem sentir o impacto da greve. E em uma declaração, Biden pediu à Aliança Marítima dos Estados Unidos para fazer um acordo com os estivadores.

A Associação Internacional de Estivadores destacou o poder político que acredita ter em um vídeo que foi postado nas redes sociais. No vídeo, foi listado o que uma greve significaria para a economia dos Estados Unidos semana após semana. "Vou aleijar vocês", disse o presidente do sindicato, explicando que seus trabalhadores podem paralisar as importações na Costa Leste. A greve expõe uma fissura no movimento sindical, que normalmente tem sido um bastião da força democrata. Os democratas acreditam que a Casa Branca tem algum espaço para firmar um acordo. Eles também observam que as importações de gasolina não são administradas pelos estivadores, então os eleitores provavelmente não verão um aumento na bomba. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.