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03/Oct/2024

EUDR: exportação brasileira continuará sob pressão

O pedido da Comissão Europeia para adiar por um ano a implementação da lei antidesmatamento (EUDR), que restringe a entrada de commodities de áreas desmatadas após dezembro de 2020, pode aliviar as pressões a curto prazo, mas não resolve os desafios enfrentados pelo Brasil no mercado europeu. A lei, que pretende proteger o mercado interno europeu, proíbe a entrada de produtos agrícolas e florestais de áreas desmatadas. Há uma chance considerável de que o adiamento seja aprovado pelos 27 Estados-Membros do bloco. O ambiente atual é de guerra, e o alimento deixa de ser só comida, ele passa a ser um fator estratégico, de segurança.

A guerra alterou o contexto econômico global, tornando a questão alimentar ainda mais sensível. Embora o adiamento possa dar mais tempo para adaptação, a medida em si é protecionista e continuará dificultando a competitividade do Brasil. A carne bovina brasileira é muito mais barata, assim como a carne de frango. O sistema de produção do Brasil é mais eficiente porque utiliza insumos menos exuberantes. Isso incomoda a União Europeia, que busca reduzir a influência brasileira no mercado de alimentos e fibras. A competição entre o Brasil e a União Europeia tem se intensificado, especialmente no mercado de exportação de bovinos vivos, onde o Brasil tem avançado.

A União Europeia dominava esse mercado, mas agora não domina mais. E vai fazer de tudo para limitar a participação brasileira. Também se destaca a falta de preparo diplomático do Brasil nas negociações comerciais internacionais. Os diplomatas brasileiros não estão prontos para enfrentar essas questões. É preciso treinar melhor os representantes. Enquanto os Estados Unidos têm grandes equipes defendendo cada setor, o Brasil tem apenas um adido agrícola. O impacto de perder o mercado europeu seria significativo, mesmo com o volume de exportação atual reduzido. Na Europa, a cadeia já está organizada, então perder esse mercado não é bom. O futuro das exportações brasileiras está na Ásia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.