03/Oct/2024

Segundo especialistas, o número de recuperações judiciais no agronegócio é insignificante quando comparado ao volume total de crédito disponível para o setor, que ultrapassa R$ 1,5 trilhão. Se forem observados os recursos envolvidos em recuperações judiciais no agronegócio, estes representam menos de 1% do crédito concedido ao setor. Isso não é suficiente para caracterizar uma crise estrutural. O agronegócio brasileiro é frequentemente mal compreendido pelo mercado financeiro, que tende a reduzi-lo à produção de soja em Mato Grosso. Essa visão limitada contribui para uma percepção exagerada de crise, especialmente quando grandes empresas como a AgroGalaxy entram em recuperação judicial.

O financiamento do agronegócio, que antes era essencialmente público, passou a ser privado, o que gerou novos desafios, incluindo a rápida disseminação de boatos que amplificam a percepção de crise. Qualquer impacto espalha rapidamente essa boataria, dando a impressão de uma crise muito maior do que a que realmente existe. Embora a soja esteja enfrentando um ciclo de baixa, outros setores continuam apresentando desempenho positivo. O café, por exemplo, está gerando 70% de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), algo inédito. Assim como a soja, que está em baixa agora, vai se recuperar, pois isso faz parte do ciclo natural do setor.

Com relação ao crédito, apesar de uma possível desaceleração temporária no ritmo de captação de instrumentos como LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e Fiagro (Fundo de Investimento na Cadeia Produtiva do Agronegócio), o crescimento do financiamento no agronegócio deve continuar. Hoje, há milhões de brasileiros financiando o setor. A maior parte está em LCA, com outros em CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e Fiagro. Esse número vai continuar crescendo. Talvez o ritmo se desacelere nos próximos meses, mas, em 2025, deve voltar a crescer no mesmo ritmo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.