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08/Oct/2024

Montadoras: desafios logísticos para importar peças

Além da perda de espaço em mercados no Brasil e nos países vizinhos, a indústria automotiva aponta agora para dificuldades logísticas causadas pela forte entrada de carros chineses. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a liberação das importações de peças está demorando até três semanas a mais do que o normal porque os portos estão abarrotados de automóveis vindos da China. A solução tem sido trazer os componentes por transporte aéreo, o que, pelo alto custo do frete, prejudica a competitividade dos carros produzidos no Brasil. A situação foi apresentada nesta segunda-feira (07/10) durante a apresentação à imprensa do balanço da indústria de veículos relativo a setembro. Há um número grande de fretes aéreos para trazer insumos e peças, por falta de condição no transporte marítimo.

Os portos estão com volume grande de importações chinesas. Foram descartadas paradas de produção nas fábricas de veículos por falta de peças, mas o impacto no custo das fábricas no Brasil é relevante. A Anfavea estima que o estoque de carros híbridos ou elétricos importados da China esteja em 80 mil unidades, dada a corrida para trazer esses veículos antes do segundo aumento do imposto de importação, em julho. Esse volume é suficiente para um ano de venda. A Anfavea já protocolou na Câmara de Comércio Exterior (Camex) o pedido para a recomposição imediata da alíquota de 35% nas importações de automóveis com as novas tecnologias, cuja principal origem é a China. Pelo calendário atual, que prevê mais duas rodadas de elevação, o imposto cheio sobre essas importações só voltará a ser cobrado em julho de 2026.

É impensável neste momento a realização de um acordo de livre comércio entre Mercosul e China, como defende o governo do Uruguai, país que assumiu em julho a presidência pro tempore do bloco sul-americano. Os avanços nesta direção colocariam em risco vários investimentos programados pela indústria brasileira, uma vez que um acordo comercial com a China tornaria mais vantajoso trazer os carros do gigante asiático, ao invés de produzi-los no Brasil. Atrasaria e poderia impactar investimentos, mas o setor não trabalha com esse cenário de acordo. Em eventual caminho para esse acordo, traria impacto muito grande para indústria automotiva brasileira. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.