08/Oct/2024

Após os resultados animadores de setembro, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) entende que o ano pode terminar melhor do que o esperado. O aumento dos juros, no entanto, faz a associação olhar para o futuro com cautela. O balanço do mês passado foi comemorado não apenas pelo desempenho das vendas, as maiores de setembro em uma década, mas também pela reação considerada importante das exportações, que tiveram um salto, alta de 51,7%, no comparativo interanual. O avanço da produção, que repetiu níveis de antes da pandemia, não resultou em elevação dos estoques, mantidos abaixo de 270 mil veículos, um volume suficiente para 34 dias de venda. É sinal de que a produção vai para algum destino.

O resultado de setembro pode mudar as projeções para o ano. A Anfavea não mudou o prognóstico oficial, que aponta para um crescimento de 10,9% dos emplacamentos em 2024, para 2,56 milhões de veículos. Ponderou, contudo, que se o mercado sustentar a média diária do mês passado, pela primeira vez no ano superior a 11 mil veículos, 2024 poderá terminar com mais de 2,6 milhões de veículos vendidos. Há chance de superar a projeção. Do lado dos embarques, a avaliação é de que dificilmente as exportações voltarão tão cedo ao patamar do ano passado. Mas, é possível que não fiquem longe do resultado de 2023, encurtando a diferença que no acumulado de janeiro a setembro ficou em 12%.

O problema relatado é de que, em algum momento, o ciclo de alta dos juros pode afetar a demanda. A recuperação da indústria de automóveis tem sido puxada pela expansão do crédito, onde os juros caíram não apenas pelo relaxamento dos juros, mas também pelo marco de garantias, que diminuiu o risco dos bancos ao facilitar a retomada de carros em caso de inadimplência. Com o Banco Central (BC) subindo novamente os juros de referência, a Anfavea manifestou preocupação de as taxas de mercado acompanharem o movimento. É natural que os bancos se antecipem quando a tendência é de aumento da Selic. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.