09/Oct/2024
Grandes produtores estão adotando no Brasil práticas para transformar resíduos em novos produtos e impulsionar a economia circular, mas ainda enfrentam desafios. A reutilização de materiais gera oportunidades de negócio. O Grupo Heineken afirmou que, embora 60% das garrafas sejam retornáveis, a empresa ainda precisa lidar com um número significativo de embalagens descartáveis, especialmente de vidro. São cerca de 400 mil toneladas de vidro sendo geradas em embalagens descartáveis. E, quando se trata de vidro, a taxa de reciclagem no Brasil tem permanecido estável, em torno de 20% a 25%, há mais de uma década. Isso significa que 75% desse material acaba em aterros, na melhor das hipóteses. Resolver essa questão exige mais do que uma simples iniciativa, envolve uma colaboração multifatorial entre o setor privado e o público. A Carrot.eco destacou que o Brasil possui uma forte cultura de reciclagem. Muitas vezes, essa questão é associada ao desafio climático, mas os dois temas não são conectados como deveriam.
Se dobrasse a taxa de circularidade global, 50% dos desafios climáticos seriam resolvidos. Os resíduos orgânicos representam metade dos resíduos gerados mundialmente. São 100% recicláveis de forma infinita. No entanto, hoje, quando os resíduos orgânicos são levados para aterros sanitários, acabam liberando gás metano. Quando esses resíduos são corretamente encaminhados para compostagem, eles não emitem metano. Transformam-se em nutrientes que regeneram o solo e capturam CO2. Além disso, ao separar os resíduos orgânicos, os materiais recicláveis permanecem limpos, o que aumenta a taxa de reciclagem. Em cooperativas, essa taxa pode passar de 25% para 90%, gerando um impacto positivo tanto para os negócios quanto para os municípios. A gestão de resíduos é o quarto maior gasto municipal, sendo um tema diretamente relacionado aos gastos com saúde pública. Portanto, o impacto positivo é imenso. A chave é trazer informação e utilizar a tecnologia para escalar essas soluções em grande volume.
Para a Planta Feliz Adubo, a meta é criar um ciclo sustentável e de impacto positivo, promovendo a economia circular e reduzindo o desperdício de resíduos orgânicos na cidade. A Planta Feliz Adubo atua na coleta de resíduos orgânicos para compostagem em São Paulo, transformando restos de alimentos em adubo. A iniciativa atende pequenos, médios e grandes geradores, com o objetivo de evitar que esses resíduos sejam destinados a aterros sanitários e, em vez disso, contribuam para regenerar o solo. O Teatro B32 relatou que o edifício desenvolveu uma central de valorização de resíduos que recebe e processa todo o material gerado nos restaurantes, teatros e eventos da torre. Os resíduos orgânicos passam por uma triagem minuciosa antes de serem encaminhados para compostagem. Com uma média de 19 toneladas de resíduo orgânico por mês, o desafio é garantir que esse material seja devidamente limpo e separado, garantindo uma valorização superior a 90%, direcionando os resíduos para reciclagem, compostagem ou logística reversa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.