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09/Oct/2024

Descarbonização é oportunidade única para Brasil

O Brasil está diante de uma oportunidade única. A necessidade de o mundo reduzir as emissões de carbono para segurar o aumento da temperatura global, que desencadeou uma transição das tecnologias energéticas baseadas em combustíveis fósseis para as renováveis, dá ao País a chance de criar 6,4 milhões de empregos (o equivalente a 14,6% das vagas com carteira assinada) e aumentar o PIB em US$ 100 bilhões, ou 4,7% do valor atual. Privilegiado por ter fontes de energia renovável, como água, vento e incidência solar, o Brasil é um dos países que teriam menos dificuldades para zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050 (conforme se comprometeu no Acordo de Paris). Para zerar as emissões, um país tem de remover da atmosfera o mesmo volume de gás carbono que emite. Isso pode ser feito plantando árvores e restaurando pastagens, que absorvem gases, ou adotando tecnologias que capturam os gases e os armazenam no subsolo, por exemplo.

O País pode vender crédito de carbono, uma ferramenta criada para compensar a emissão de gases poluentes, pela qual quem emite muito pode comprar créditos de quem preserva ou recupera florestas. Pode exportar hidrogênio verde, a grande aposta do mundo para substituir o petróleo. Produzido a partir da água, ele não gera gases e pode ser transformado em amônia (um gás incolor) para ser enviado a outros países em navios. Pode aproveitar a expertise adquirida com o etanol e explorar matérias-primas como macaúba e soja para vender biocombustíveis no mercado internacional. O mercado de carbono é um sistema de compensação de emissões de gases de efeito estufa. Nele, empresas que não atingiram suas metas de redução de emissões podem adquirir créditos daqueles que cortaram suas emissões mais do que precisavam ou de terceiros que preservaram matas em regiões onde há pressão por desmatamento.

Empresas que reflorestam áreas degradadas também podem vender créditos, dado que as árvores que plantam retiram CO2 da atmosfera. Por enquanto, o Brasil só tem um mercado de carbono voluntário, no qual créditos são vendidos para empresas honrarem compromissos climáticos que não estão sujeitos a obrigações legais de redução de emissões. A consultoria McKinsey calcula que a demanda voluntária por crédito de carbono deve crescer exponencialmente e esse mercado pular do patamar atual de US$ 1 bilhão para US$ 50 bilhões em 2030. O Brasil pode abocanhar até US$ 15 bilhões desse total. O mercado regulado brasileiro, em que empresas comercializarão créditos para atender a obrigações impostas por leis ou acordos, ainda depende da aprovação de um projeto cuja tramitação está travada no Congresso. No exterior, a Nova Zelândia e a União Europeia estão na frente desse segmento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.