10/Oct/2024
Dados do Ministério da Saúde mostram que os atendimentos nas unidades básicas de saúde (UBSs) de todo o Brasil tiveram aumento expressivo, após os picos de queimada em agosto e setembro. Os registros mostram alta de problemas digestivos, como náuseas, e respiratórios. Diante do cenário, o governo elabora protocolo para classificar níveis de alerta em mudanças climáticas. Os dados mostram um retrato do período de 30 de junho a 10 de agosto, em comparação com 11 de agosto a 21 de setembro, quando as queimadas se intensificaram no País. A quantidade de atendimentos relacionados ao sistema digestivo, com ocorrência de mal-estar e enjoo, aumentou 173,52%, passando de 49.982 em todo o País para 136.712. Quanto aos atendimentos a quadros respiratório, houve aumento de 20,8%, passando de 407.334, entre junho e agosto, para 492.057 entre agosto e setembro.
As notificações foram inseridas de forma facultativa por Estados e municípios no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), de modo que os números podem ser maiores. Números do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, comparando os dois períodos de tempo utilizados nas estatísticas, houve aumento de cerca de 214% de focos de incêndio. Foram registrados 39.471 focos de queimada em todo o País entre 30 de junho e 10 de agosto. A quantidade saltou para 124.132 entre 11 de agosto e 21 de setembro. O Brasil vive uma seca histórica, que tem afetado do Amazonas ao Paraná. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), essa é a pior estiagem desde que os dados começaram a ser registrados, em 1950. Segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), não há colapso, mas a rede está muito pressionada e não é só rede pública, a privada também.
Diante do problema, o Ministério da Saúde elabora uma nota técnica em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima para definir níveis de atenção, alerta e emergência em episódios de mudanças climáticas, o que auxiliará os sistemas de saúde durante esses episódios. A Pasta não detalhou quando será concluída a nota técnica. Um dos exemplos considerados para elaboração da diretriz é o protocolo de calor feito pela cidade do Rio de Janeiro, a primeira do País a instituir um documento para classificar níveis de calor no município e determinar ações conforme o patamar verificado. Implementado em junho, o protocolo estabelece cinco níveis de calor e medidas que podem ou devem ser tomadas pela prefeitura nesses cenários, como cancelamento de eventos e oferta de estações de hidratação, entre outros. A diretriz também inclui medidas de comunicação e adaptação dos serviços públicos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.