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10/Oct/2024

Energias renováveis: capacidade mundial crescerá

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), no relatório “Energias Renováveis 2024”, a capacidade global de geração de energias renováveis pode crescer 2,7 vezes até 2030, o que superará em 25% as atuais expectativas de países para o período. Políticas públicas de segurança climática e de energia em cerca de 140 nações tiveram um papel crucial em tornar competitivas energias renováveis em relação a plantas movidas por combustíveis fósseis. No entanto, isto não é suficiente para atingir o objetivo de triplicar a capacidade de energia renovável no mundo estabelecido por cerca de 200 países na cúpula climática da COP28.

De acordo com o estudo, 5.500 gigawatts (GW) de energia renovável estarão operacionais até 2030 em termos internacionais, sendo que 95% serão relativos à energia solar e eólica. Para a AIE, perto de 70 países atingem ou superam os objetivos das suas contribuições nacionalmente determinadas em relação a tal fonte de energia, com destaque para China, Brasil, Índia e Estados Unidos. A China deve ser responsável por 60% da expansão da capacidade global de energias renováveis até o final da década. Desde 2020, o país asiático quase quadruplicou fontes de energia solar e duplicou a geração de energia eólica. A União Europeia e os Estados Unidos devem dobrar a sua capacidade de energias renováveis até 2030, enquanto a Índia registra a maior taxa de crescimento entre economias grandes.

A América Latina vai agregar 190 GW de energia renovável até 2030, liderado pela fonte solar (72%), eólica (19%) e hidrelétrica (5%). Quatro países devem ser os maiores contribuidores para tal aumento na região, sendo o Brasil o líder, com 58%, seguido do Chile (14%), México (10%) e Colômbia (6%). No Brasil, as adições são incentivadas pelo contínuo interesse em energia solar fotovoltaica distribuída e acordos bilaterais para energia solar e eólica. A energia solar representará 80% da expansão de fontes renováveis no mundo até o fim da década, com o declínio de custos, prazos menores para licenças e ampla aceitação social.

No caso da energia eólica, apesar de dificuldades macroeconômicas e problemas nas cadeias internacionais de produção, a AIE espera uma recuperação desta fonte renovável, pois projeta que a taxa da expansão entre 2024 e 2030 deve ser duas vezes maior do que a apurada entre 2017 e 2023. De acordo com o relatório, a capacidade de energia hidrelétrica continua estável, dirigida pela China, Índia, países do sudeste da Ásia e África. O papel de outras energias renováveis, incluindo bioenergia, geotérmica, energia solar concentrada, diminuirá devido à falta de apoio político. O hidrogênio continua a ser um fator “negligenciável”, para energias renováveis pelo mundo até 2030, pois representará apenas 4% da geração de energias limpas. O estudo aponta que o hidrogênio deve agregar somente 43 GW até o fim da década, menos de 1% da expansão global de energias renováveis no período.

O relatório aponta que o potencial de expansão de energia renovável pode avançar em economias em desenvolvimento com a melhora de medidas oficiais para o setor. Ações para reduzir riscos, como um ambiente de políticas estáveis com claros objetivos de longo prazo, podem ajudar a desbloquear a capacidade de produção de energias limpas. Em países onde há excesso de capacidade de produção de combustíveis fósseis com contratos de longo prazo, os formuladores de políticas podem considerar renegociar contratos de energia e combustível rígidos, e acelerar a progressiva redução de plantas movidas por combustíveis fósseis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.