10/Oct/2024
O Banco Mundial fez nova melhora nas projeções de crescimento do Brasil, mas reforçou o alerta quanto à situação fiscal. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 2,8% este ano, acima da expectativa de alta de 2,0%, divulgada em junho. No ano passado, o País cresceu 2,9%. Para 2025, o Banco Mundial segue projetando uma desaceleração da economia do Brasil, para uma alta de 2,2%. Para 2026, a expectativa é de um crescimento levemente maior, de 2,3%. Apesar de melhorar as suas estimativas, o Banco Mundial reforçou o coro de alerta e organismos internacionais quanto ao fiscal em meio à pressão de maiores gastos com aposentadoria. O aumento nos gastos com previdência que o Brasil está vivenciando vai ser um problema e um impulsionador de estresse fiscal daqui para frente em toda a região. A recente melhora do rating do Brasil por parte da Moody's é uma boa notícia à medida que o aproxima do grau de investimento, o que permitirá menores custos de financiamento ao País, mas desde que seja mantido à frente.
No que tange ao crescimento, o ritmo de expansão do Brasil neste ano deve superar o esperado pelo Banco Mundial para a América Latina e o Caribe (ALC), cujas estimativas também foram revisadas, para cima neste ano, mas para baixo no próximo ano. A região terá avanço de 1,9% em 2024 e 2,6% em 2025, contra 1,8% e 2,7%, respectivamente. O ritmo de crescimento é o mais baixo em relação ao resto do mundo, evidenciando os gargalos estruturais persistentes. A América Latina e o Caribe devem aproveitar o momento atual, com a expectativa de que a queda dos juros nos Estados Unidos proporcione algum alívio à região. Dentre os pontos positivos, o Banco Mundial destaca o controle da inflação, resultado da gestão macroeconômica eficaz da região. O Brasil e o Peru estão no caminho para atingir suas metas de inflação em 2024, e espera-se que outras grandes economias sigam logo depois. O cenário global é "misto".
De um lado, os juros começam a cair, e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve baixar as taxas em mais 0,50% neste ano, o que é positivo. Do outro, não se espera um grande crescimento das economias avançadas. No entanto, a queda nas taxas ocorre diante do controle dos preços nos países ricos, o que deve permitir um desempenho econômico melhor à frente. Do lado negativo, o Banco Mundial chama a atenção para o aumento da relação dívida/PIB da região da América Latina e Caribe, que subiu para 62,8% em 2024, ante 59,1% em 2019. Os altos níveis de dívida e custos de serviço continuam a prejudicar a capacidade da região de criar espaço fiscal para gastos e investimentos públicos. Os investimentos públicos e privados na região permanecem baixos, e o conjunto de países não está conseguindo surfar na onda do nearshoring, que é o comércio entre vizinhos. Os níveis de investimento estrangeiro direto (IED) estão abaixo dos vistos 13 anos atrás, em termos reais, e os anúncios de novos aportes favorecem outras regiões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.