11/Oct/2024
O Ministério da Agricultura está acompanhando a escalada do conflito no Oriente Médio e monitora os eventuais efeitos às exportações de produtos agropecuários brasileiros. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, além efetivamente da temática da paz, estão sendo acompanhados os fluxos comerciais dada a grande participação do Oriente Médio como destino em alguns mercados. Por exemplo, mais de 30% da carne de frango exportada vai para o Oriente Médio; em carne bovina, o Irã é um grande destino. O Oriente Médio é importante consumidor de produtos do agronegócio brasileiro, principalmente carnes, soja e açúcar, e fornece fertilizantes ao País.
Neste ano, até agosto, o Brasil exportou US$ 8,951 bilhões em produtos agropecuários para países da região. Dentro da região, os 16 países da Liga Árabe são um hub relevante para os produtos do agronegócio brasileiro. Até o momento, os exportadores brasileiros ainda não relataram gargalos diretos ao fluxo comercial em virtude do recrudescimento da tensão na região. A depender de como a situação escalar, os impactos dependerão de estruturas que podem ser danificadas e se as rotas marítimas e terrestres serão prejudicadas, o que pode afetar a distribuição das mercadorias. Mesmo nessa condição de conflito, o Brasil tem ampliado o fornecimento de alimentos para esses países, sobretudo de carnes. Há a necessidade desses países de formação de estoques.
E o Brasil estará disponível para oferecer produtos com qualidade, com sanidade, e que possam ajudar na formação de estoques, independentemente do quanto isso vai avançar ou não do ponto de vista de um conflito. Apesar de o fluxo comercial para a região apresentar aparente normalidade, tende a haver precificação de risco pelas seguradoras e companhias marítimas que atuam na região, o que deve encarecer o custo para as empresas exportadoras. Quando há uma situação que foge da normalidade, há uma reorganização tanto dos fluxos do ponto de vista logístico quanto dos custos. Ainda neste ano, em meio aos ataques dos rebeldes Houthis no Iêmen, o tempo de frete para determinados embarques do Brasil passou de 20 para 40 dias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.