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14/Oct/2024

Emprego impulsionando setores têxtil e alimentos

De 16 segmentos da indústria de transformação avaliados pela pesquisa Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 6 estavam em forte alta em setembro, ou seja, o uso da capacidade das fábricas superava a média da indústria como um todo e a maioria deles estava com estoques enxutos. Nesse grupo estão os fabricantes de alimentos, vestuário, celulose e papelão, derivados de petróleo, metalurgia e têxtil. O ritmo acelerado de produção é um desafio enfrentado hoje por quase todos os segmentos da indústria e é fruto do aumento do emprego e da renda. No trimestre encerrado em agosto, havia 102,517 milhões de pessoas trabalhando no País, um número recorde, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A massa de salários em circulação na economia alcançou um novo ápice: R$ 326,205 bilhões no trimestre encerrado em agosto, um avanço de 8,3%, descontada inflação, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Esse aumento da renda tem muito a ver com a política do crescimento real do salário-mínimo acima da inflação. Além disso, a antecipação do pagamento de precatórios, no início do ano, também injetou mais dinheiro na economia, elevando o consumo. Com mais dinheiro no bolso, o brasileiro passou a comprar neste ano uma quantidade maior de comida, bebida e roupa. Esses itens, por sua vez, necessitam de um volume maior de embalagens para chegar ao consumidor e puxam a demanda de insumos intermediários usados na sua produção.

O aquecimento gradual do consumo de bens diretamente ligados ao aumento da renda, isto é, aqueles cuja compra não depende do crédito e da taxa de juros, bateu na indústria desde o final do terceiro trimestre do ano passado. Num primeiro momento, o crescimento da demanda foi atendido pela sobra de estoques. Mas, nos últimos meses, as fábricas estão ligando as máquinas e acelerando a produção. Líder na produção de peixes enlatados, a multinacional espanhola Nauterra, dona da marca Gomes da Costa no Brasil, por exemplo, confirma o forte aquecimento da produção nas duas fábricas, uma de pescados e outra de embalagens em Itajaí (SC). Nos últimos meses, a companhia chegou a usar até 90% das instalações para atender ao avanço da demanda.

De janeiro a julho, os volumes de sardinha produzidos cresceram 20% em relação ao mesmo período do ano passado. No atum, a alta foi de 10%, voltando ao patamar pré-pandemia. O ritmo de crescimento mais acelerado do Produto Interno Bruto (PIB) e, consequentemente, do consumo de alimentos fez a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) rever para cima as projeções para este ano. Em fevereiro, a expectativa para 2024 era de um aumento das vendas reais de 2% a 2,5%. Com a diminuição do desemprego para uma taxa de 6,6% e o ritmo forte das exportações, é provável que as vendas registrem crescimento acima de 3%. Em agosto, as fábricas de alimentos usavam 81,9% da capacidade de produção. A sondagem da FGV aponta que esse índice tinha subido para 85,3% no mês passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.