14/Oct/2024
A chegada do fenômeno climático La Niña, prevista para o fim de 2024, deve causar impacto moderado na produção agrícola no Brasil. A intensidade do fenômeno seria fraca e de curta duração, com efeitos mais brandos do que em anos anteriores. O relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) indicou uma probabilidade de 83% de o fenômeno se consolidar entre novembro e janeiro. É provável que o impacto do La Niña sobre a safra 2024/2025 seja limitado. As lavouras de soja e milho na Região Centro-Oeste, por exemplo, não devem registrar grandes danos.
Com o La Niña de menor intensidade, as chuvas devem se normalizar a partir de dezembro, favorecendo a umidade do solo. Na Região Sul do Brasil, onde o fenômeno costuma reduzir significativamente as precipitações, o cenário também deve ser menos preocupante. Em virtude da curta duração e menor intensidade do La Niña, os impactos negativos no regime de chuvas na região podem ser menores do que o registrado nas últimas três safras. No Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a perspectiva é mais positiva. Um La Niña fraco tende a favorecer um regime de chuvas mais estável, o que seria benéfico para os produtores.
Apesar de a semeadura estar atrasada pela estiagem e temperaturas elevadas, essa condição não estava relacionada ao La Niña. Essa condição de seca e calor não está diretamente relacionada ao início ou à intensidade do La Niña. Portanto, quaisquer prejuízos que ocorram na safra 2024/2025 não podem ser atribuídos ao La Niña, que ainda está se formando. O aquecimento global, com sucessivos recordes de temperatura nos últimos 14 meses, poderia estar alterando o comportamento do La Niña, tornando seus efeitos menos previsíveis e enfraquecendo o resfriamento do Oceano Pacífico, fator chave para a ocorrência do fenômeno. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.