ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Oct/2024

Setor produtivo da América do Sul repudia a EUDR

Uma série de entidades do setor produtivo da América do Sul repudiam a lei antidesmatamento da União Europeia (EUDR), que proíbe a entrada no bloco de produtos ligados a desmatamento a partir de dezembro de 2020. A lei está prevista para entrar em vigor em janeiro de 2025. Para a Aliança Internacional Maizall, é uma norma imposta e uma ameaça ao potencial agropecuário da América do Sul. Há uma mensagem clara de que não irão mudar. Para a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), com a lei antidesmatamento, a União Europeia se coloca em uma instância regulatória internacional. É possível compatibilizar preservação dos recursos naturais e produtividade, mas infelizmente o que se desenhou na EUDR é um desastre em burocracia e em legislar sobre coisas que não conhecem. Os riscos foram adiados, mas não suprimidos e incluem riscos de disrupção ao abastecimento dos próprios europeus e sem evitar o desmatamento.

Foi criticada também a suspensão de órgãos da Organização Mundial do Comércio (OMC). Trata-se de uma gravíssima crise de multilateralismo e nessa crise a Europa saiu na frente como se tivesse um poder que não lhe cabe de legislar pelo mundo. A União de Sindicatos de Produção do Paraguai (UGP) destacou que o maior desafio comum entre os países sul-americanos no momento é a negociação com a União Europeia quanto à nova normativa do bloco. Os países da América do Sul são os que mais contribuem para a segurança alimentar no mundo e não podem permitir que desqualifiquem o sistema produtivo local sem embasamento científico. Todas as decisões e negociações devem ser baseadas no conhecimento, na ciência e na tecnologia e não nos preconceitos que desqualificam o setor.

A grande questão para a União Europeia é se querem realmente parceiros comerciais ou se querem fornecedores submissos às condições que impõem. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) defendeu a união dos países sul-americanos em interesses comuns dos produtores, como o enfrentamento da nova lei ambiental europeia. Os países sofrem as mesmas agruras e embargos de enfrentar um bloco europeu que cria uma série de empecilhos para a produção agropecuária, que obviamente é protecionista. É preciso mostrar e provar que a produção da América do Sul é ambientalmente responsável e socialmente responsável e que eles dependem efetivamente do trabalho do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, do Chile para terem alimento na mesa dos europeus. A FPA citou a lei da reciprocidade no Brasil criada como resposta à ação europeia. Buscou-se através da diplomacia medidas compensatórias para esses ataques constantes, principalmente do bloco europeu em relação à produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.