21/Oct/2024
A um mês do início da cúpula de líderes das 20 maiores economias do globo (G20), o governo brasileiro calcula a confirmação de cerca de 20 chefes de Estado e de governo para o evento, de 43 convidados. Dentre as certezas, estão a vinda dos presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Argentina, Javier Milei. O líder da Rússia, Vladimir Putin, deve ser representado pelo ministro das Relações Exteriores do país, Sergey Lavrov. Num momento turbulento com o Legislativo local, a Espanha, convidada permanente do grupo, também não deve enviar representantes este ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou durante seu terceiro mandato com 17 dos 19 chefes de Estado e de governo que integram o bloco, com exceção da Coreia do Sul e da Rússia.
A cúpula do G20 acontecerá no Rio de Janeiro e está programada para os dias 18 e 19 de novembro. A gestão brasileira assumiu a presidência temporária do grupo em dezembro de 2023 e estabeleceu três eixos temáticos da gestão à frente do órgão: combate à fome, pobreza e desigualdade; mudança do clima e transição energética; e reforma da governança global. Apesar das prioridades estabelecidas, a avaliação de interlocutores do governo brasileiro é que a maior dificuldade do comunicado da cúpula será sobre as guerras, em meio aos conflitos que persistem na Ucrânia e Oriente Médio. A preocupação é sobre a falta de consenso entre o tema, já que divide interesses geopolíticos das nações que integram o G20.
O receio de que as guerras possam dividir o grupo já foi externada por Lula no ano passado, em Nova Délhi, na Índia. Na ocasião, Lula defendeu que o G20 deixe de concentrar suas discussões sobre assuntos como a guerra na Ucrânia e evite a divisão interna. Foi graças à intervenção da diplomacia do Brasil e da Indonésia, a troika do G20 na ocasião, que o documento foi aprovado. Fórum para cooperação econômica e financeira internacional, o G20 é, na avaliação do governo, a plataforma mais adequada de mobilização global. Porém, também são reconhecidas limitações das discussões, especialmente sobre a reforma da governança mundial.
Para além das discussões que ocorrerão nas reuniões da cúpula, o governo brasileiro negocia agendas laterais ao evento com alguns chefes de Estado. O presidente Lula convidou informalmente Joe Biden e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para visitarem a Amazônia dias antes do G20. A ideia é reeditar com outras autoridades internacionais o sucesso que foi levar o presidente da França, Emmanuel Macron, à Amazônia, em março passado. Há um otimismo do Brasil em relação ao aceite dos convites. O Itamaraty também se mobiliza para agendas com o presidente da China, Xi Jinping. O comandante do gigante asiático confirmou a participação na cúpula de líderes.
O governo brasileiro acredita ser possível impulsionar os negócios bilaterais entre os países. A ideia principal é atrair investidores chineses para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outra expectativa em relação à agenda de Lula na cúpula é em relação à presença de Javier Milei. O presidente argentino confirmou, na semana passada, a vinda ao Brasil em novembro. Apesar disso, no governo brasileiro, há incertezas sobre um encontro bilateral entre ambos os líderes e a possibilidade de uma reunião é pequena. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.