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22/Oct/2024

Brasil quer fechar “acordo de impacto” com China

O Palácio do Planalto quer fazer "algo grande" da viagem do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, prevista para novembro. O comandante do gigante asiático já confirmou a participação na cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) nos dias 18 e 19 do próximo mês, mas pretende aproveitar o deslocamento para retribuir uma das primeiras viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao exterior neste mandato, no primeiro semestre de 2023. Ainda não está certo se a extensão da viagem será imediatamente antes ou depois do G20. No momento, há uma série de comemorações no Brasil e na China dos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

Uma comitiva de negociadores brasileiros foi a Xangai para tentar fechar um "acordo de impacto" com o país a ser anunciado durante a visita de Xi ao Brasil. Também se deslocaram para a Ásia o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ambos receberam de Lula a tarefa de apresentar cardápios de investimento em ativos domésticos, tendo em conta que a taxa de longo prazo por lá é de 2%, ou seja, inferior às treasuries norte-americanas. O leque é de agendas financeira, de infraestrutura, tecnologia e automobilística. Maior parceiro comercial doméstico, a China recuperou no ano passado o fôlego perdido em 2022 em termos de investimentos destinados ao Brasil.

Mesmo com um avanço de quase 80% depois de uma queda anterior vertiginosa, ainda é um patamar relativamente baixo em relação a outros mercados. O governo brasileiro acredita ser possível impulsionar os negócios bilaterais entre os países. A ideia principal é atrair investidores chineses para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Principalmente porque há muitas divergências no Mercosul para tirar do papel um acordo comercial do bloco com a maior economia do Leste. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) fará um estudo conjunto com o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) para detalhar o perfil socioeconômico do comércio entre os dois parceiros.

Com meses de antecedência e envolvimento pessoal de Lula, a ideia é a de que a visita seja um marco para o Brasil. Há um mês, o presidente mobilizou boa parte do governo para iniciar os preparativos, contando até mesmo com a participação, por videoconferência, da ex-presidente e atual comandante do Banco dos Brics (Nova Banco de Desenvolvimento - NDB), Dilma Rousseff, que mora em Xangai A expectativa em relação à vinda do presidente chinês já foi externada por Lula em diversas ocasiões.

Em agosto, por exemplo, o chefe do Executivo brasileiro afirmou que irá discutir com Xi uma parceria estratégica entre o Brasil e a China de longo prazo. Lula também se mostrou aberto a discutir sobre a Rota da Seda. Quando foi à China no ano passado, a comitiva brasileira contou com representantes do governo e empresários de várias áreas para prospectar negócios bilaterais. Recentemente, em um artigo escrito por Lula a um jornal chinês, o chefe do Executivo se propôs a discutir com sua contraparte a One Belt, One Road. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.