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22/Oct/2024

Economia do Brasil dá sinais de superaquecimento

Segundo a Capital Economics, a economia do Brasil apresenta sinais de superaquecimento que vão na direção contrária da tese de que o País adquiriu capacidade para crescer mais sem gerar inflação. No entanto, a situação é diferente do período de 2010 a 2013, e a normalização da atividade exigirá somente um ajuste modesto nos juros e no câmbio. Há algumas áreas em que as evidências de superaquecimento são muito claras, notavelmente no mercado de trabalho. Embora as reformas em 2017 possam ter reduzido a taxa natural de desemprego, o ritmo rápido de crescimento de salários oferece um forte sinal de que o mercado de trabalho está aquecido.

No entanto, em outros setores da economia a situação é bem mais controlada. As taxas de uso da capacidade industrial estão bem abaixo dos níveis anteriores a 2014, sugerindo que as empresas ainda podem recorrer a recursos ociosos. O crédito está crescendo como parcela do PIB, mas não aumentou para os níveis vistos antes, e o aumento das exportações está proporcionando superávits comerciais e limitando o déficit em conta corrente. Diante deste cenário, a inflação deve continuar sob pressão vinda do crescimento dos salários, com efeito principalmente nos preços de serviços. Consequentemente, os juros ainda devem subir um pouco mais, com a Selic atingindo um pico de 12% no primeiro trimestre do ano que vem.

Atualmente, a taxa está em 10,75% ao ano. O câmbio também não deve variar muito em relação aos níveis atuais: a previsão da Capital Economics é de dólar ao redor dos R$ 5,50 ao fim de 2025. A economia superaquecida desafia uma visão cada vez mais disseminada de que a taxa de crescimento potencial do Brasil aumentou (o FMI recentemente calculou que ela estaria em até 2,5% por ano). Embora provavelmente tenha aumentado, há algum tempo, a economia ainda enfrenta uma série de impedimentos estruturais que estão pesando sobre o lado da oferta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.