22/Oct/2024
O dólar fechou esta segunda-feira (21/10) em leve queda e novamente abaixo dos R$ 5,70, em um dia de ajustes após as altas recentes, enquanto no exterior a moeda norte-americana registrou ganhos firmes em meio à expectativa de cortes menores de juros nos Estados Unidos e ao aumento das apostas de vitória de Donald Trump nas eleições. O dólar fechou em baixa de 0,13%, cotado a R$ 5,69. Em outubro, a divisa acumula elevação de 4,48%. No início da sessão, a moeda norte-americana chegou a superar os R$ 5,73, acompanhando o avanço firme das cotações também no exterior. Um dos motivos para o movimento era a leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tende a cortar os juros em apenas 25 pontos-base em novembro, e não em 50 pontos-base. Além disso, os receios em torno de eventual vitória de Trump na disputa com Kamala Harris pela Casa Branca dava suporte ao dólar. Analistas veem as propostas do ex-presidente, incluindo tarifas e cortes de impostos, como favoráveis à alta da moeda norte-americana.
Segundo a Remessa Online, Donald Trump é um dos elementos mais importantes para a alta recente do dólar. Ele faz boa parte do que promete, e o que ele faz é disruptivo. Ele já falou publicamente que vai cortar impostos de empresas por lá e emitiu sinais de que o fiscal norte-americano vai continuar em aceleração, o que sugere uma taxa de juros mais alta por mais tempo. Neste cenário, o dólar marcou a cotação máxima de R$ 5,73 (+0,63%). Depois disso, porém, o dólar perdeu força ante o Real e se reaproximou da estabilidade, em meio a ajustes de preços após a escalada recente. Este movimento de ajuste foi visto também no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), onde as taxas cederam apesar da forte alta dos rendimentos dos Treasuries. A perda de força do dólar ante o Real ocorreu em paralelo a declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento em São Paulo.
Campos Neto seguiu o roteiro recente de comentários, ao reforçar que medidas fiscais são importantes para o Banco Central conseguir baixar os juros, que a missão da instituição é atingir a meta de inflação de 3% e que não há uma orientação (guidance) para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), em novembro. Pouco antes do fechamento o dólar renovou a mínima no Brasil, ao atingir R$ 5,68 (-0,22%). Chama atenção a liquidez relativamente reduzida durante a sessão. Além disso, o fato de o dólar ter registrado altas firmes ante o Real em sessões recentes favorecia um ajuste de baixa, a despeito do exterior. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,49%, a 103,970. O Banco Central vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.