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25/Oct/2024

Soluções para o Agro frente às mudanças climáticas

As mudanças climáticas já estão provocando impactos significativos no Brasil, afetando todas as regiões do país. A recente seca extrema na Amazônia, combinada com o aumento de precipitações nos Estados da Região Sul e parte de São Paulo e Mato Grosso do Sul são exemplos que colocam em risco a produção agropecuária. Estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que, nos últimos 60 anos, o número médio de dias consecutivos sem chuvas (com precipitação inferior a 1mm) aumentou de 80mm para 100mm. Esse dado sugere um agravamento em frequência e intensidade dos efeitos das mudanças climáticas, reforçando a necessidade urgente de soluções que mitiguem esses impactos e auxiliem os produtores rurais na adaptação a esse novo cenário.

O tema mudanças climáticas é tão urgente que levou o Grupo de Trabalho de Agricultura do G20, grupo formado pelos países com as maiores economias do mundo, a aprovar, por unanimidade, uma declaração histórica que prioriza a sustentabilidade agrícola, a resiliência dos sistemas produtivos e o enfrentamento das mudanças climáticas. Esse avanço reforça o compromisso global em buscar soluções para os desafios do setor agropecuário. Para a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o uso de tecnologias associadas a práticas sustentáveis é um caminho viável e imprescindível. A tecnologia é uma aliada indispensável para otimizar processos, recursos e promover uma agricultura mais sustentável em propriedades de todos os tamanhos e funções.

Diversas soluções podem ser implementadas como manejo e monitoramento sustentável da água e solo, sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), agricultura de baixo carbono, taxa variável, sistemas de alerta e previsão climática, tecnologias de irrigação eficientes, entre outras. O conceito de tecnologia no agronegócio vai além das máquinas modernas. O manejo correto do solo, por exemplo, é uma tecnologia acessível que contribui diretamente para a sustentabilidade, uma vez que os solos funcionam como grandes captadores de carbono. São técnicas aplicadas com base científica para otimizar a produção. Muitas dessas inovações são de baixo custo e estão ao alcance de todos os agricultores e agricultoras, independentemente do tamanho da propriedade.

A adoção de tecnologias sustentáveis já apresenta resultados práticos e mensuráveis. Como, por exemplo, a utilização de tanino, extraído da casca de acácias negras, como suplemento alimentar para o gado. Além de melhorar a produtividade, essa solução contribui para a redução das emissões de metano, um potente gás de efeito estufa. Outro avanço importante é o uso de equipamentos e maquinários mais eficientes e o controle rigoroso na aplicação de agroquímicos, minimizando tanto os impactos ambientais quanto os riscos para os trabalhadores rurais. Práticas como adubação verde, rotação de culturas e plantio direto fortalecem a saúde do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água e carbono, o que ajuda a mitigar os efeitos climáticos adversos. Ressalta-se também a importância da pesquisa e do desenvolvimento para garantir a sustentabilidade do agronegócio no futuro.

Investimentos em variedades de culturas mais resistentes às mudanças climáticas e em sistemas de produção mais eficientes e sobretudo sustentáveis são essenciais para aumentar a resiliência do setor e garantir a segurança alimentar do Brasil. No entanto, para que essas tecnologias sejam implementadas de forma eficaz, é fundamental a capacitação das produtoras e produtores. Esse é um dos principais desafios do agronegócio brasileiro. Levantamento da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), de setembro de 2024, por exemplo, mostra um déficit de mão de obra operacional de 10 mil trabalhadores no Estado. Um estudo da 360 Research & Reports aponta que a agricultura digital deve crescer 183% até 2026, com a criação de cerca de 178,8 mil novos empregos na área nos próximos dois anos, segundo o relatório “Profissões Emergentes na Era Digital”. Investir na qualificação é essencial. Fonte: Agrimídia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.