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25/Oct/2024

Inflação dando sinais de aceleração em outubro

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (24/10) pelos Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,54% em outubro, após ter avançado 0,13% em setembro. Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,71% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,47%, ante taxa de 4,12% até setembro. A alta de 0,54% registrada em outubro foi a mais elevada desde fevereiro de 2024, quando aumentou 0,78%. Considerando apenas meses de outubro, o resultado foi o mais alto desde 2021, quando houve avanço de 1,20%. O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses voltar a acelerar, após dois meses seguidos de arrefecimento. Em outubro de 2023, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,21%. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,87% em outubro, após alta de 0,05% em setembro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,18% para o IPCA-15.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,95% em outubro, após ter recuado 0,01% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,66%, ante alta de 0,22% em setembro. A refeição fora de casa subiu 0,70%, e o lanche avançou 0,76%. Produtos alimentícios de origem animal pressionaram os gastos das famílias com alimentação em outubro, mas recuos em subgrupos de alimentos in natura impediram um avanço maior. As carnes avançaram 4,18% em outubro, enquanto leite e derivados subiram 1,49%. Na direção oposta, houve reduções de preços nos subgrupos tubérculos, raízes e legumes (-6,14%), hortaliças e verduras (-2,02%) e frutas (-0,19%). Os principais impactos sobre a alta no mês partiram dos subitens contrafilé (5,42%), café moído (4,58%) e leite longa vida (2,00%). Os destaques entre as quedas foram a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%). Os preços de Transportes caíram 0,33% em outubro, após queda de 0,08% em setembro.

O grupo deu uma contribuição negativa de 0,07% para o IPCA-15. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,01% em outubro, após recuo de 0,64% no mês anterior. A gasolina ficou estável, após ter registrado queda de 0,66% em setembro, enquanto o etanol avançou 0,02% nesta leitura, após queda de 1,22% na última. Os preços das passagens aéreas recuaram 11,40% em outubro, fazendo o subitem exercer a maior contribuição negativa, -0,08%, sobre o IPCA-15. A deflação em outubro foi influenciada também pelo transporte público. Houve quedas em ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%). O movimento é explicado pela ocorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro. Os combustíveis diminuíram 0,01% no mês. Ficaram mais baratos o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%), mas o etanol subiu 0,02%. A gasolina registrou estabilidade de preço (0,00%).

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,50% em setembro para um aumento de 1,72% em outubro, uma contribuição positiva de 0,26% para o IPCA-15 deste mês. A energia elétrica residencial passou de uma alta de 0,84% em setembro para uma elevação de 5,29% em outubro. O movimento foi impulsionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a partir de 1º de outubro. Como consequência, a energia elétrica liderou o ranking de pressões sobre o IPCA-15 de outubro, com uma contribuição de 0,21%. Ainda em Habitação, o gás de botijão aumentou 2,17%. O aumento de 5,29% na energia elétrica residencial exerceu a maior pressão sobre o IPCA-15 de outubro. O subitem respondeu sozinho por cerca de 40% da inflação do mês, uma contribuição de 0,21% para a taxa de 0,54% de outubro. Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de outubro os itens seguro voluntário de veículo (alta de 3,64% e impacto de 0,03%), gás de botijão (2,17% e 0,03%) e refeição fora de casa (0,70% e 0,03%).

Na direção oposta, a passagem aérea foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de outubro, com queda de 11,40% e contribuição de -0,08%. O ônibus urbano também apareceu no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês, com recuo de 2,49% e contribuição de -0,03%. Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em outubro. Houve deflação apenas em Transportes, recuo de 0,33%, uma contribuição negativa de -0,07% para o IPCA-15 no mês. Os grupos com aumentos foram Alimentação e bebidas (0,87%, impacto de 0,18%), Habitação (1,72%, impacto de 0,26%), Educação (0,05%, impacto de 0,00%), Artigos de residência (0,41%, impacto de 0,02%), Saúde e cuidados pessoais (0,49%, impacto de 0,07%), Vestuário (0,43%, impacto de 0,02%), Despesas Pessoais (0,35%, impacto de 0,04%) e Comunicação (0,40%, impacto de 0,02%).

O resultado geral do IPCA-15 em outubro foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu em Porto Alegre - RS (0,17%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Goiânia - GO (1,07%). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda há uma preocupação com o impacto da seca na inflação do País, mas deve ficar dentro da meta, ao comentar o IPCA-15, que teve alta de 0,54% em outubro. Há preocupação com a questão da seca, tanto em relação à energia, quanto em relação a alimentos, embora os núcleos tenham apontado uma avaliação superior à esperada. Ele ponderou, contudo, que, no mês passado, aconteceu exatamente o oposto. Haddad disse ainda que espera que a inflação brasileira fique dentro da meta ano. No acumulado do ano, a inflação deve ficar dentro da meta e tem mais a ver com a questão do câmbio e da seca do que propriamente com algum impulso maior nos preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.