ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

29/Oct/2024

Trabalhadores conseguem reajuste superior ao INPC

Um mercado de trabalho aquecido também tem se refletido em ganhos salariais para os trabalhadores. As negociações salariais têm sido amplamente favoráveis para os profissionais. Em 12 meses até julho, 87,4% das negociações superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de acordo com o Salariômetro, elaborado pela Fipe. Apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o INPC mede a inflação para as famílias com renda de até cinco salários-mínimos e serve de base para os sindicatos na hora da negociação.

Segundo a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), duas coisas que se juntam para favorecer a posição dos trabalhadores neste momento. Primeiro, é a inflação baixa para o padrão brasileiro e, segundo, é o nível de atividade, que beneficia os trabalhadores. As empresas precisam aumentar o salário para tentar reter os trabalhadores. Num cenário de baixo desemprego, uma fatia relevante dos brasileiros viu o seu poder de barganha aumentar no mercado de trabalho. Profissionais de diversas áreas estão trocando de empresas e conseguindo aumentos salariais acima da inflação.

Essa combinação dá ao trabalhador uma força raramente observada e que tem levado as empresas a adotarem diferentes estratégias para evitar a fuga da mão de obra. Na luta para segurar os profissionais, as empresas instituíram uma série de benefícios. Reforçaram treinamentos, mantiveram o home office (mesmo com o fim da pandemia de Covid), passaram a recompensar os melhores empregados com ações das companhias e até incluíram a hormonioterapia no cardápio de benefícios de saúde. No Brasil, a troca de trabalho sempre foi elevada. E é pró-cíclica. Ou seja, aumenta nos momentos em que o emprego está forte, como é o cenário atual.

Segundo a consultoria Tendências, a elevada rotatividade dos profissionais resulta num custo em diversas dimensões. Para as empresas, significa que anos de conhecimentos sobre a rotina da companhia foram embora no momento do desligamento do trabalhador. Numa ótica mais ampla, a economia brasileira perde em produtividade. Quem procura emprego está conseguindo se alocar. E isso está associado a essa alta taxa de rotatividade. Nessas circunstâncias, as empresas passaram a “mimar” os funcionários, com pacotes de benefícios que incluem receitas mais tradicionais, como participação acionária, bônus e previdência privada mais robusta, e estratégias individuais que privilegiam a saúde mental e a flexibilidade do trabalhador.

A empresa de recrutamento Robert Half destaca que uma pesquisa concluída em setembro pela companhia mostrou o quanto essa estratégia é importante para os trabalhadores: 57% das pessoas entrevistadas disseram valorizar mais um bom pacote de benefício do que o salário em si. Hoje os profissionais buscam um plano de desenvolvimento profissional, ambiente de trabalho saudável, flexibilidade e melhores benefícios, sobretudo aqueles voltados para o bem-estar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.