29/Oct/2024

Segundo o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, há um grande potencial transformador do Brasil em questões globais, especialmente no que se refere às mudanças climáticas e a inovação tecnológica. Outros países estão enfrentando cada vez mais o custo da mudança climática e isso realmente está mudando a maneira como países lidam com as suas economias. Esse cenário pode beneficiar alguns países com abundância de recursos naturais, como o Brasil. Neste contexto, a América Latina e o Caribe estão posicionados para desempenhar um papel fundamental em várias questões globais, particularmente na luta contra a mudança climática. A região tem o potencial de oferecer soluções inovadoras e sustentáveis, transformando o desafio climático em uma oportunidade de crescimento econômico e criação de empregos.

Em vez de encarar a transição ecológica como um custo, os países deveriam vê-la como um investimento no futuro. A integração regional e a colaboração internacional são essenciais para aproveitar essas oportunidades. Por exemplo, a cooperação entre a América Latina e a Alemanha no desenvolvimento de hidrogênio verde e a transformação energética no Brasil são indicativos do potencial da região em contribuir para uma economia global mais sustentável. Além disso, a América Latina pode desempenhar um papel vital na reconfiguração das cadeias de suprimentos globais, como demonstrado por estudos sobre suprimentos médicos e infraestrutura. O gerente-geral do Departamento do Cone Sul (CSC) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Morgan Doyle, afirmou que a instituição multilateral avalia que a América Latina, e particularmente o Brasil, são partes da solução para grandes desafios globais, como a transição energética, a conservação da natureza e a segurança alimentar.

Essa relevância global cria oportunidades igualmente globais de investimento. Isso é particularmente verdadeiro para o Brasil. Por um lado, pela escala e pelo dinamismo que a economia do País vem demonstrando. Por outro, pela possibilidade de direcionar investimentos para temas inadiáveis, como a transição ecológica. A economia brasileira apresenta bom desempenho e este será o quarto ano consecutivo de crescimento e com taxas acima das previsões, desemprego em menores níveis históricos e recordes na exportação de serviços "made in Brazil". É um cenário favorável que os investidores parecem estar já notando. O BID também enxerga esse apetite na rápida recuperação do investimento estrangeiro direto depois da queda durante a pandemia. Os acordos assinados nesta segunda-feira (28/10) vão apoiar os Estados brasileiros na atração de investimentos.

A ideia é levar às Unidades Federativas brasileiras a expertise do BID, combinada com o conhecimento da Apex. Serão ações de promoção, de treinamento e de conexão entre investidores e toda a diversidade, inclusive socioambiental, que o País guarda. Isso leva ao segundo aspecto sobre as oportunidades de investimento no Brasil: a relevância do País para a transição verde global. O Brasil tem 89% de sua eletricidade de matriz renovável, mais do que o dobro da média global. E o potencial de energia limpa do País é ainda mais relevante quando se pensa em novas tecnologias como hidrogênio verde e combustível de aviação sustentável. São frentes que ganharão ainda mais impulso com a recente sanção da Lei do Combustível do Futuro. Isso abre oportunidades, por exemplo, para diminuir a pegada de carbono em cadeias de valor globais que precisam incorporar mais sustentabilidade. O famoso powershoring. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.