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01/Nov/2024

Dólar fecha outubro no maior nível desde março/2021

Os receios em torno da política fiscal do governo Lula e da possibilidade de Donald Trump vencer a eleição presidencial nos Estados Unidos voltaram a sustentar o dólar nesta quinta-feira (31/10), o que fez a moeda terminar o mês de outubro na maior cotação ante o Real desde março de 2021. O dólar fechou em alta de 0,30%, cotado a R$ 5,78. Este é o maior valor de fechamento desde 9 de março de 2021, quando encerrou em R$ 5,79. Em outubro, a divisa acumulou elevação de 6,10%. A sessão desta quinta-feira (31/10) foi marcada pela definição da Ptax de fim de mês, o que tradicionalmente eleva a volatilidade por conta da disputa pela taxa. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Além da disputa pela Ptax, investidores observaram a divulgação de dados robustos sobre a economia norte-americana, que reforçaram a tendência mais recente de alta para os rendimentos dos Treasuries. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram 12.000 nos país, para 216.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 26 de outubro.

Os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, aumentaram 0,5% no mês passado, após ganho revisado para cima de 0,3% em agosto. Por outro lado, o índice de preços PCE aumentou 0,2% em setembro, após um ganho não revisado de 0,1% em agosto. Neste cenário, o dólar chegou a oscilar em baixa ante o Real, marcando a mínima de R$ 5,75 (-0,17%). Mas, o movimento não se sustentou e o dólar migrou para o território positivo. De acordo com a Manchester Investimentos, a desconfiança do mercado na política fiscal do governo Lula e a expectativa crescente de que o republicano Trump vencerá a democrata Kamala Harris na corrida eleitoral norte-americana voltaram a sustentar o dólar.

Os problemas internos no fiscal estão fazendo preço. E não adianta ter diferencial de juros favorecendo Brasil se o governo não trata das próprias contas. Nas últimas semanas, apesar do diferencial de juros favorável à atração de recursos pelo País, já que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) caminha para cortar mais seus juros e o Brasil tende a acelerar a alta da taxa básica Selic, o dólar tem escalado patamares cada vez mais elevados ante o Real. Parte do desconforto do mercado, que também sustentou as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta quinta-feira (31/10), está no fato de o governo Lula ainda não ter anunciado medidas concretas de contenção de despesas, prometidas para depois das eleições municipais.

Neste cenário, o dólar subiu até a máxima de R$ 5,79 (+0,55%), pouco depois da Ptax de fim de mês ter sido formada. A Ptax ficou em R$ 5,77 para venda. Mesmo perdendo parte da força no restante da sessão, o dólar ainda terminou no maior nível ante o Real em cerca de três anos e meio. No exterior, o dólar tinha direções mistas ante as moedas de emergentes, mas caía ante as divisas fortes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,19%, a 103,890. O Banco Central vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.