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05/Nov/2024

Perspectivas para preços de produtos agropecuários

De acordo com o Boletim Agro, novo relatório trimestral do Banco do Brasil, em meio ao plantio da safra 2024/2025 e evolução da safra norte-americana, a projeção é de que os preços da soja podem recuar, pressionados pelo excedente na oferta global. Apesar do atraso no início do plantio da nova safra no Brasil, as chuvas nas regiões produtoras a partir de outubro e previstas para continuarem pelo menos até o fim do 3º trimestre de 2025 devem colaborar para o bom andamento das lavouras, inclusive na Argentina e no Paraguai. Apesar de os preços estarem menores do que na safra anterior, o excesso de oferta pode resultar em mais quedas à frente. A evolução do clima na América do Sul, a qualidade das lavouras e o avanço da colheita nos Estados Unidos, o progresso do plantio no Brasil e a eleição presidencial nos Estados Unidos são pontos de atenção para o comportamento dos preços da oleaginosa neste trimestre.

Apesar da expectativa de arrefecimento dos preços da oleaginosa, há fatores altistas para as cotações, como a antecipação de demanda da China, o aumento do uso de óleo de soja para biocombustíveis e a eventual alta do petróleo por questões geopolíticas. Para o milho, mesmo que os preços internacionais recuem, há espaço para as cotações domésticas continuarem firmes. Essa sustentação vem da maior demanda interna para ração animal e para atender aos novos projetos de etanol de milho. Em contrapartida, o clima positivo que favorece o desenvolvimento do cereal e a colheita nos Estados Unidos, além dos estoques elevados do cereal no Brasil são fatores baixistas para as cotações do grão. Porém, há pontos de atenção no mercado, entre eles o clima no Brasil e o andamento da safra de soja, o andamento do controle de pragas nas lavouras argentinas e a demanda chinesa.

Com fatores altistas, pode-se citar o possível atraso no plantio da 2ª safra de 2025 no Brasil, o aumento do consumo interno no Brasil para ração animal e produção de etanol e a alta dos preços do trigo, que podem refletir em uma alta marginal para o milho. Em relação ao algodão, o Banco do Brasil enxerga cenário de manutenção de preços com a produção brasileira em níveis elevados. Com possíveis ajustes nos preços, dependendo das condições climáticas e da resposta dos mercados globais. O clima positivo favorecendo a antecipação e aceleração do plantio nos Estados Unidos, a queda do petróleo e alta do dólar podem pressionar as cotações da pluma, enquanto as importações chinesas em alta e as exportações brasileiras apresentando melhor início de ano podem impulsionar os preços.

No caso do café, a melhora do clima em outubro pode favorecer o potencial produtivo da safra 2024/2025 que está em floração. No entanto, há dúvidas se as perdas para a próxima safra já são irreversíveis, o que é um fator de suporte aos preços em um ano representado por clima seco e temperaturas acima da média por longo período. O bom desempenho das exportações brasileiras é um fator baixista e o estoque global baixo é fator altista. Para o açúcar, as atenções devem se concentrar sobre os números finais da produção no Centro-Sul do Brasil após seca prolongada e queimadas que afetaram as lavouras. A expectativa é que o resultado final da safra 2024/2025 fique um pouco abaixo das estimativas iniciais, mas ainda concretizando uma produção de açúcar dentro da média dos últimos cinco anos.

Para a safra de 2025/2026, tudo dependerá do clima e da capacidade de recuperação dos campos atingidos pelas queimadas, que serão melhor conhecidos a partir de janeiro de 2025. Entretanto, os fundamentos corroboram um potencial produtivo similar ao da safra 2024/2025. A demanda tende a continuar forte, assim como as exportações brasileiras crescentes. Quanto às carnes, há potencial de valorização do preço do boi gordo com demanda interna e externa robustas. Para o trimestre, com a projeção de crescimento do PIB brasileiro e desemprego em nível baixo, o consumo interno tende a seguir aquecido. No front externo, as perspectivas são de continuidade do crescimento das exportações brasileiras de carnes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.